Amílcar Figueira, presidente da concelhia do CDS em Câmara de Lobos, centrou a sua intervenção no período de debate das Jornadas Madeira na crítica à gestão do saneamento básico no concelho, apontando também preocupações sociais que, segundo afirmou, exigem resposta urgente.
“O executivo tem feito um pouco a casa pelo telhado”, criticou, referindo-se à forma como têm sido feitas as intervenções nesta área. Figueira alertou que, em várias zonas onde já existe rede de saneamento instalada, continua a verificar-se o despejo de fossas diretamente para a via pública.
“Tem de haver maior fiscalização”, defendeu, sublinhando a necessidade de medidas mais eficazes para garantir o cumprimento das regras de salubridade.
O dirigente centrista abordou também problemas sociais que afetam o concelho, nomeadamente a mendicidade e a toxicodependência, referindo-se em particular ao centro da cidade.
“A nossa principal via para a cidade, que é camara de lobos, está, entre aspas, ‘infestada’ cada vez mais de pessoas a pedir moedas e de muita mais gente a consumir substâncias”, alertou, deixando um apelo para que estas questões sejam tratadas em articulação entre entidades públicas e sociedade civil.
Amílcar Figueira lançou ainda uma reflexão sobre a problemática da habitação, pedindo que se pense em conjunto em soluções estruturais para os desafios habitacionais no concelho.
Na resposta, Sónia Pereira reconheceu a problemática do saneamento, lembrando uma grande intervenção que ocorreu na Quinta Grande, e que está previsto ainda trabalhos nesse sentido no Garachico e no Jardim da Serra.
“Toda a população merece ter boas condições no que respeita à rede de saneamento”, disse.
Já sobre a toxicodependência, a autarca disse que “a cidade está infestada”, não foi um termo correto utilizado por Amílcar, afirmando não ser fácil controlar a situação, considerando que se trata de uma questão que tem “de ser acarinhada pela saúde, com respeito pelas pessoas”. Nesse sentido, destacou ainda o espaço de apoio social que “é importante” para estas pessoas. “obviamente que o plano não pode ficar por aqui, e a Casa São José poderá intervir”, sugeriu.