Chega perspetiva crescimento do partido no parlamento madeirense

O cabeça de lista do partido Chega às eleições legislativas na Madeira, Miguel Castro, durante uma ação de campanha no centro da freguesia de Câmara de Lobos no dia 16 de maio.

O cabeça de lista do Chega às eleições legislativas da Madeira, Miguel Castro, perspetivou hoje o crescimento do partido no parlamento regional, contando com o seu líder nacional, André Ventura, na campanha e acreditando que esse apoio “dará frutos”.

“A nossa expectativa, e obviamente que será legitimada por aquilo que os madeirenses e porto-santenses nos derem, é que o partido cresça. Nós vemos a olhos vistos que o partido está a crescer”, afirmou Miguel Castro, numa arruada no centro do Funchal, desde o Teatro Municipal Baltazar Dias ao Mercado dos Lavradores.

Com cerca de três dezenas de apoiantes e militantes, com bandeiras do partido e de Portugal, e com tambores a rufar, a caravana do Chega não passou despercebida e André Ventura foi a figura de destaque entre a população, com várias pessoas a pedirem fotografias, sobretudo jovens e idosos.

Para ajudar na interação, parte da comitiva ia à frente da arruada a perguntar às pessoas se queriam cumprimentar o presidente do Chega. Houve quem dissesse para André Ventura ir ao seu encontro na mesa de café e quem declinasse o convite por ter “medo dos seguranças” que acompanhavam o dirigente.

“Isto é um Salazar que está aqui”, contestou um madeirense à passagem de André Ventura, ao que um dos membros da comitiva do Chega lhe pediu: “Não diga disparates.”

Entre palavras de força, a caravana do Chega foi abordada por um grupo de idosos a pedir, “se for verdade um casamento com o PSD”, apoio às reformas e à habitação.

“Pouco importa, pouco importa que falem bem ou mal. Queremos André Ventura a mandar em Portugal”, gritaram os apoiantes da candidatura à chegada do Mercado dos Lavradores.

Em declarações à agência Lusa, o líder regional do Chega na Madeira e candidato à presidência do Governo Regional reforçou a expectativa de o partido “crescer” nas eleições de domingo, com o aumento do número de deputados no parlamento madeirense, onde atualmente conta com quatro eleitos.

“A nossa expectativa é de crescer. Não lhe posso dar um número, até seria um bocado pretensioso da minha parte. […] Acho que para termos uma importância cada vez mais relevante dentro do parlamento, temos de efetivamente que crescer”, disse Miguel Castro.

O cabeça de lista sublinhou que só com o resultado das eleições de domingo se poderá “tirar as ilações sobre o que é que os madeirenses querem”, realçando que a principal bandeira da sua candidatura é o combate à corrupção.

“Vamos lá ver se os madeirenses e porto-santenses nos dão essa responsabilidade de termos um peso efetivo nesse mesmo combate à corrupção”, indicou.

O líder regional do Chega destacou ainda o apoio do presidente do partido: “Dá-nos imenso orgulho de termos um líder nacional que tenha uma ligação tão grande a esta estrutura regional e que nos acompanhe. […] André Ventura fez exatamente o mesmo na campanha dos Açores e obviamente que deu frutos. Com certeza que dará aqui na Madeira”.

As legislativas da Madeira decorrem no domingo, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.

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