De mALa a pior…

Soube, por estes dias, que estamos bem lançados para ganhar o prémio de melhor destino insular do mundo na vertente eco camping selvagem. Palavra de honra. Depois do nosso presidente, aqui há uns anos, ter dito que “o que o Porto Santo precisa é ter boas ofertas hoteleiras, com preços altos, e não campismo” e ter mesmo fechado o parque reservado para tal… Eis que somos confrontados com uma crescente procura, por parte de alguns turistas que nos visitam, pelo acampamento. Pronto! Cada um gosta do que gosta. E isso não é discutível. O problema é onde fazem o que gostam. Reparem, acampar na Quinta Vigia é aceitável? É pá, é. Não vou dizer que não é, porque é. Aquilo tem condições. Vista agradável. Empregados a dar com um pau. Polícia à porta. Enfim! Não é mau. Já no Miradouro do Guindaste, eu não acho bem. Não acho. Não acho porque, 1.º, ocupam muitos lugares de estacionamento e, só por si, já empatam quem lá quiser ir mirar. Olhem, talvez tenha sido isso. Confundiram miradouro com moradouro. Oh, come on guys. One thing is one thing, another thing is another thing. You know? 2.º, que bonita imagem deixam para quem lá chega e se depara com uma tenda por cima do carro, roupa estendida num varal esticado de um retrovisor a uma árvore vizinha, a bagageira aberta com mantimentos dignos de catástrofes, e os “residentes” de cuecas, descabelados acabados de acordar.

Felizmente, Eduardo Jesus e Companhia, Lda, já vieram a terreiro prometer “agir de forma coordenada para conter os campismos ilegais e os comportamentos desregulados e anárquicos”. Menos mal! Se não for pedir muito, aproveitem e mandem passar a pente fino também alguns ALs. Longe de mim querer estragar o negócio dos vizinhos, cruzes. Mas passem no “meu” prédio. Escusam de me perguntar se o Bloco é o II porque é. E o andar eu também não vou dizer que é o 4.º. Recuso-me. Fica entre o 5.º e o 3.º, vá. Mais não digo. E a letra? Nem pensar. “A” não é. “C” também não. São Burros? Burgessos? Boçais? Biltres? É possível, mas isso são vocês que estão a dizer. Não ponham palavras na minha Boca…

Porém, se uns andaram a assobiar para o lado felizes por termos passado de um turismo sénior que mal saía do hotel, para um júnior que mal lá põe os pés, outros já adivinhavam o pior. Qual Zandinga, qual quê, Dinarte Fernandes, no longínquo ano de 2024, alertava para o problema. “A afluência quase massiva de turistas à Madeira acarreta custos e riscos que têm de ser analisados, mitigados ou até anulados. A galinha dos ovos de ouro da Madeira não pode chocar um patinho feio sob pena de estragarmos o que a natureza nos deu”, dizia ele todo entendido em aves (de rapina).

Por falar em animais vertebrais com penas, senti pena do André Ventura. Houve quem dissesse que aquilo foi encenado. Que era fita. Que se estava a fazer de coitadinho. Eu não posso jurar, porque dores e dinheiro ninguém sabe quem e quanto tem, mas que aquele cagaçal me pareceu um enfarte agudo do miocárdio, pareceu. Pareceu pois. E temi o pior. Pensei para mim, será que onde ele está as urgências estão abertas? Será que vai ter que fazer como as mulheres prenhas, que antes de parir têm de ligar para um número de telefone a pedir autorização e saber a localização da unidade hospitalar que a irá socorrer? Coitado. E se, pelo caminho, se cruzar com um cigano? Recupera o batimento? Apaga-se de vez? Ou se, uma vez chegado ao hospital, se depara com um médico oriundo do Martim Moniz? Perdão, do Bangladesh? Aceita os cuidados ou prefere ir ter com S. Pedro!? Pois, não sei. O que sei é que, por sorte, tudo não passou de um susto. Ao que parece, tratou-se de um espasmo esofágico. Sei bem o que isso é. Felizmente agora vai-me dando menos. Quase nunca, vá. Mas no início, cada vez que a minha mulher me pegava no telemóvel, eu quase desfalecia! Dava-me uma pontada ali por trás do esterno. Um aperto no peito. Suores frios. Nem é bom lembrar. Felizmente encontrei a cura. Fui ao Paulo dos telemóveis. Agora, para aceder ao meu, são precisas: 3 amostras de sangue, 2 fios de cabelo, 1 análise de urina, 1 código de 27 dígitos e o reconhecimento facial.

Ps, palavra de apreço para os adeptos do Club Sport Marítimo. Andam há anos a apoiar a sua equipa. Nos bons e nos maus momentos. Ultimamente nos péssimos também! E, como se não bastasse, depois de tanto se insurgirem contra os “maritimistas de meia tigela”, que nos jogos contra os “grandes” puxavam pelo adversário, agora festejam golos do Tondela a mais de mil quilómetros de distância. Foi lindo. Adorei. Até me arrepiei. Estão de parabéns. Vocês, para mim, já não são os maiores das ilhas… São os maiores do mundo! Como prémio, torço para que o Fábio suba e não se esqueça de vocês na hora dos agradecimentos. Será o mais perto que terão estado da promoção… Siga!

Pedro Nunes escreve ao domingo, todas as semanas.

Leave a comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *