A UMAR apela às entidades oficiais para a “urgência na prevenção da violência”, nomeadamente o bullying (violência entre pares) que terá levado à morte de uma menina de 12 anos, na Madeira, conforme noticiado hoje.
Em comunicado, a ONG feminista lembra que “tem vindo a se pronunciar desde há muito tempo pela necessidade urgente de apoiar a prevenção primária da violência nas escolas na Região Autónoma da Madeira, feita por associações com experiência e especialização na área e no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento”.
“Esta prevenção só pode ser eficaz e surtir efeito na consciencialização e mudança de mentalidades se for feita de forma abrangente, holística e contínua, porque não há mudanças da noite pró dia, com apenas algumas ações de sensibilização”, sublinha.
A estratégia proposta deverá incluir “docentes, psicólogos/as e toda a comunidade educativa, assim como Incidir também nas familias. Estes/as técnicos/as especializados/as servem também como sinalizadores/as de problemas que ocorrem na escola e nas casas das crianças e jovens”.
A UMAR defende a necessidade de “dar mais espaço às crianças e jovens para se expressarem de forma segura e sem se sentirem julgados/as, de maneira a percebermos efetivamente o que se passa no seu mundo, interior e exterior”.
“Nem sempre os apelos e lamentos das crianças são valorizados pelas pessoas adultas, e aqui é fundamental trabalhar a consciência emocional, a escuta ativa e estratégias para melhorar a saúde mental de todos/as. Por isso, esta consciencialização deve envolver também todos/as os/as profissionals que lidam diariamente com este público alvo, para que possamos combater e prevenir a violência duma forma mais eficaz”, acrescenta.
No comunicado, assinado por Joana Martins, em nome do Secretariado da UMAR Madeira, é defendido que “este trabalho pode contribuir muito para mudar comportamentos e que punir, por sì số, não é solução”.
“É preciso trabalhar em rede, de forma complementar, para chegar mals longe. E as escolas, por si só, com os melos que têm, não fazem milagres”, apelam.
A UMAR lamenta que “esta prevenção aprofundada não é ainda encarada como uma necessidade pelas entidades” e apela a que se faça “mais do que tem sido feito até agora”.
Acrescenta, ainda, que tem recebido “cada vez mais solicitações para intervir na prevenção da violência e não tem conseguido responder a todas por falta de recursos”.
“Isto é um sinal de que o poder politico, de decisão, tem que fazer mais, disponibilizando mais apolos e reforçando também os/as psicólogos/as escolares, porque algo está a falhar redondamente. Esperamos que finais trágicos como este possam ser evitados com mudanças de paradigmas e concretas na estratégia para combater a violência, em todas as suas formas, de raiz. Basta de querer tapar o sol com uma peneira”, conclui a UMAR.
A morte de uma jovem de apenas 12 anos está a causar consternação e indignação, especialmente junto da comunidade escolar, mas não só.
A notícia da morte foi avançada pelo DN-Madeira e já foi confirmada pelo JM esta quarta-feira. A menina foi encontrada já sem vida pela mãe, ao chegar a casa, e na mesma divisão haveria uma carta, ao que tudo indica escrita pela menor.