A CDU assinala o Dia Internacional do Trabalhador, que se comemora a 1 de maio, saudando os trabalhadores da Região Autónoma da Madeira e a USAM – União dos Sindicatos da Madeira.
Num comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, a CDU sublinha que “são os trabalhadores que constroem as casas onde vivemos, os passeios e ruas que pisamos”, e que “quando acendemos a luz é o trabalho de alguém que o torna possível”. Reforça ainda que são os trabalhadores que “produzem toda a riqueza fazendo a Região avançar e a sociedade funcionar”.
A CDU denuncia que muitos trabalham horas a fio por turnos, com contratos precários, sem condições de trabalho, sujeitos a doenças profissionais e vivendo situações de exploração e instabilidade. “Muitos trabalhadores chegam ao fim do salário ainda com muito mês pela frente, ao mesmo tempo os grandes grupos económicos acumulam lucros gigantescos à custa da especulação e dos baixos salários”, refere o partido.
A nota critica o aumento generalizado dos preços dos alimentos, da energia e da habitação, afirmando que “só os salários não acompanham esse ritmo”. Segundo a CDU, o aumento do emprego na Madeira está a ser feito com base em vínculos precários e baixos salários, afetando mais de 18.900 trabalhadores com contratos a termo. A estes, somam-se mais de 8.400 trabalhadores a recibos verdes, na sua maioria considerados falsos, cerca de 2.800 em situação de subemprego e mais de 2.500 desempregados em programas de ocupação, totalizando cerca de 32.000 trabalhadores em situação precária — mais de 26% do total.
A CDU sublinha que “a principal causa do desemprego é o fim de contratos não permanentes”, o que representou, em março de 2025, 26,8% dos novos inscritos no Instituto de Emprego da Madeira.
A precariedade atinge sobretudo os jovens e é apontada como fator de instabilidade laboral, social e familiar. Em média, trabalhadores com vínculo precário recebem menos 30% do que os com vínculo efetivo. Dados do Instituto de Emprego indicam que 33,4% dos desempregados na Região são jovens até aos 34 anos.
O partido destaca ainda os baixos salários na Região: em 2024, o rendimento salarial médio líquido de trabalhadores por conta de outrem fixou-se nos 1.044 euros, menos 35 euros do que nos Açores.
Perante este cenário, a CDU defende medidas para inverter o rumo da precarização laboral, valorizando o trabalho e os trabalhadores, garantindo emprego com direitos e salários dignos. Apela ao combate à precariedade, associada a baixos salários, horários incertos, falta de direitos e instabilidade.
O comunicado termina com um apelo à mobilização dos trabalhadores e das populações em torno das suas reivindicações: emprego com direitos, contratação coletiva, aumento de salários, 35 horas semanais, serviços públicos de qualidade e melhores condições na Saúde, Ensino e Segurança Social.
”Por isso, agora e sempre, aos trabalhadores, importa manter e reforçar uma posição de luta e uma postura de reivindicação”, afirma a CDU, concluindo: “Viva o 1.º de Maio! Viva à luta dos trabalhadores da Região Autónoma da Madeira!”