A Unidade Local de Saúde Santa Maria, em Lisboa, ativou o plano de contingência às 14:00 de hoje, tendo sido suspensa toda a atividade programada, na sequência da falha de energia que atinge o país, anunciou hoje a instituição.
“Quando surgiu este apagão, e não sabíamos de todo o que estava a acontecer (…) imediatamente foram acionados os três geradores e a atividade prosseguiu nas áreas chamadas críticas”, disse à agência Lusa o presidente da Unidade Local de Saúde Santa Maria, Carlos Martins, ressalvando que é o procedimento normal nestas situações.
Ao verificar-se que “a questão era muito mais preocupante” do que a pensada inicialmente, a instituição começou a fazer avaliação de várias áreas do hospital, também críticas, como, por exemplo, as áreas de logística, esterilização, refeições aos doentes e decidiu que “era melhor acionar o plano de contingência”.
“Não sabendo quando é que esta situação irá terminar” foi acionado preventivamente, a partir das 14:00, “o plano de contingência, que em termos muito claros, significa que toda a atividade programada fica suspensa até orientação em contrário”, disse Carlos Martins.
Adiantou que a ULS Santa Maria irá fazer reuniões e pontos de situação hora a hora, “para tentar percecionar a efetiva capacidade de resposta da instituição”, não só nas zonas críticas, como blocos operatórios, serviços de urgência, cuidados intensivos, como em todo o perímetro da Unidade Local de Saúde que vai até Mafra.
“Obviamente, a prioridade foi para a área hospitalar, mas também estamos a analisar com os cuidados de saúde primários qual é a capacidade que está neste momento disponível para não colocar em risco os profissionais, a sua prática, mas naturalmente também os doentes”, salientou.
Questionado sobre o tempo de duração dos geradores, o presidente da instituição, explicou que, ao fim de semana, duram 48 horas, com uma carga média.
“Hoje estávamos em carga máxima de atividade, portanto poderão durar entre 24 a 36 horas, sendo que a primeira decisão que tomei foi dar orientações para aquisição de combustível para enchermos os geradores e ficarmos preparados para alguns dias”, salientou, assinalando que foi a primeira decisão que tomou “antes de qualquer outra”.
De acordo com Carlos Martins, neste momento está tudo a funcionar normalmente: “Estão em carga máxima os três geradores e, portanto, teoricamente temos 24 horas com o combustível que estava destinado para uma reação de emergência, mas vamos ter, obviamente, capacidade para mais, se for necessário, esperemos naturalmente que não”, vincou.
Uma falha de eletricidade afetou hoje, a partir das 11:30, várias cidades de norte a sul do país, um problema que se regista também em vários países europeus.
A REN – Redes Energéticas Nacionais disse hoje que é ainda impossível prever quando é que o fornecimento de eletricidade estará normalizado e alertou para a complexidade da operação de restabelecimento do serviço, que será feito gradualmente.