É um pedido ou ordem da Santa Sé que nos obriga a respeitar em consciência a Bispos, padres e leigos.
Na diocese do Funchal, conhecemos o elevado número de milhões de euros que nos ofendem os ouvidos e as consciências que publicam e não temem de oferecer tudo o que velho e humilde e até das violências que sofrem os mais pobres para saírem das casas onde pagam pequenas rendas porque são obrigados a isso, ou então com ordens de despejo.
A Santa Sé diz-nos para não cair na tentação de vender o que ainda resta das pequenas capelas ou casas dentro das cidades que foram lugares de culto e poderão servir para o futuro. Entre nós temos, felizmente, ainda alguns bons exemplares, que tenho a alegria de citar.
A casa da rua das Pretas no centro do Funchal, que foi deixada para casa mãe da obra dos cancerosos, por dona Eugénia, e ainda ocupada por um sacerdote ancião, não pode ser vendida, pois em conversa com a própria doadora deixava todos os seus bens ao cuidado da diocese para fins caritativos. Esta casa podia ser depois utilizada para outro fim da Sé do Funchal. É grande e tem um pequeno jardim interior. Não pode ser vendida como alguns sugerem, nem bispo nem padre.
A proibição da Santa Sé tem de ser respeitada para que os sinais religiosos não desapareçam das cidades do futuro. Ela está para ser engolida por grandes casarões como acontece no princípio da rua.
O Padre Manuel Ornelas pároco de Santa Maria ficou radiante com a capela do século XV do Corpo Santo na zona da cidade velha, obra dos pescadores antigos ao seu protetor. Foi ali que celebrei a missa do Parto após o Concilio pelas cinco horas da manhã. É uma bela estrutura com muitas imagens que, por não serem flamengas, não são muito apreciadas. Os ladrões arrombaram duas portas e roubaram as imagens de São Cosme e Damião, protetores da Saúde. Não pode ser vendida.
O mesmo se aplica à magnífica capela de São João da Ribeira, com melhores imagens e ornamentação, aqui tem a proteção das irmãs Vitorianas e da escola e também não pode ser vendida. Deve, porém, ser mais cuidada, precisa de mais ajuda, peçam ao antigo aluno Ronaldo, quando era pobre como Job e agora senhor nas Arábias.
Também não pode ser vendida.
Na posse da diocese está também a Casa da Capela de Emaus, e outras deixadas pela senhora dona Eugénia que, situadas na cidade, correm os mesmos perigos e isenções.
Um outro grande conjunto está dentro do Funchal pertence ao SENHOR BOM JESUS, com grande capela, convento e quarto da BOA MÃE, vitoriana, enquanto não foi expulsa para Londres.
Também tem de ser conservado nas mesmas condições, como outras capelas, excetuando às que pertencem a casas particulares e estejam dentro das cidades.
As escolas de religiosos e religiosas geralmente defendem os bens em favor da educação religiosa. Felizmente que o Governo Regional ajuda as grandes casas dos doentes mentais ou que sofram outros males, como as Casas de Saúde dos Irmãos de São João de Deus, tanto masculinos como femininos, que sofreram com os governos da maçonaria.
Quanto à venda do Seminário da Encarnação, que tanto escandalizou membros da comunidade madeirense, mesmo não cristã, e com permissão da Santa Sé, para defesa do edifício do Jasmineiro, é tema que, para mim nunca o venderia, porquanto lá estudei a minha vocação, já não pertence ao meu tempo atual.
Dentro dos terrenos do Jasmineiro, existe também uma capela e terreno que foram cedidos por uma senhora e família que acordou comigo, já bispo diocesano, para ali permanecer até à morte, uma senhora amiga dos padres do Seminário. Esta casa tem uma pequena capela e todo o recheio religioso foi levado por mim, assim como uma biblioteca bíblica que deixo para a biblioteca do Seminário. Desta forma tudo o que existir lá dentro, assim como a sua finalidade, pertence ao património que a Santa Sé reserva, não podendo ser vendido, como o Seminário da Encarnação embora, neste caso, com permissão, e a baixo preço, escandalizando muitos fiéis. Da parte da diocese, houve a preocupação de atender ao clero ancião e doente.