A chegada recente de massas de sargaço (algas marinhas flutuantes) às ilhas Selvagens e às Desertas, no arquipélago da Madeira, está a ser monitorizada pelas autoridades regionais, indicou hoje o executivo madeirense.
“Este fenómeno, detetado nos últimos dias, está a ser monitorizado no terreno pelas equipas técnicas do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN)”, refere a Secretaria do Turismo, Ambiente e Cultura.
Em comunicado emitido na sexta-feira à noite, a secretaria explica que a presença de sargaço nas regiões costeiras da Macaronésia, incluindo a Madeira, se insere numa tendência mais ampla observada desde 2011 no Atlântico Noroeste, associada a alterações climáticas e mudanças nas correntes oceânicas.
“Estas algas têm origem no Mar dos Sargaços, um ecossistema flutuante único, mas a sua acumulação fora da zona de origem pode causar desequilíbrios ambientais nas áreas costeiras onde se depositam”, esclarece, adiantando que “o arquipélago da Madeira enfrenta este desafio com uma abordagem estruturada”.
Em 2024, foi aprovada a Estratégia Regional para a Monitorização e Mitigação do Impacto do Sargaço Flutuante na Região Autónoma da Madeira, com um plano de ação que já está a ser implementado.
“Este plano contempla medidas de resposta imediata, bem como a avaliação da valorização sustentável do sargaço para, nomeadamente, fins agrícolas”, refere o comunicado, sublinhando que a situação atual nas ilhas Selvagens e nas Desertas, duas áreas de reserva natural, “não compromete, até à data, o bom estado de conservação dos seus ecossistemas”.
O IFCN adverte, no entanto, para a importância da vigilância permanente, tanto local como regional, ao passo que a Direção Regional do Ambiente e Mar confirma, por seu turno, que “as quantidades de sargaço registadas este ano são, até ao momento, significativamente inferiores às observadas em 2024”.