Os fazedores e os faladores

No próximo dia 18 de maio, os portugueses vão ser novamente chamados às urnas e o momento é solene, a decisão que tomarem terá repercussões e consequências, tanto para o país, como para as suas vidas. Não interessa a forma como aqui chegamos, entre o desespero da oposição socialista, o tacticismo da direita radical e a audácia e o arrojo de Luís Montenegro o país vai de novo a votos e à necessária escolha, a escolha entre fazedores ou faladores.

Do lado dos fazedores, está claramente o PSD que demonstrou de forma cabal o que é saber governar, saber decidir e melhor executar. De repente, o país foi tomado por uma onda reformista, temerária e fazedora. Mesmo sem uma maioria absoluta para o suportar confortavelmente, o Governo conseguiu imprimir uma dinâmica e uma velocidade absolutamente vertiginosa à governação do país. Habituados que estávamos ao passo arrastado e calculista dos socialistas, a forma directa, clara e objectiva como as soluções foram apresentadas e postas em práctica, deixou grande parte dos portugueses a pensar na vida e nos sucessivos erros que eleitoralmente cometeram. Volvidos oito anos e três governos liderados pelos socialistas e associados, os tais faladores, o que é que ficou? Nada, absolutamente nada, e palavras, levam-nas o vento…

Luís Montenegro e o seu governo, empossados em abril de 2024, tiveram pouco mais de onze meses no activo, mas mostraram do que são capazes. Mais uma vez, políticas rasteiras, denúncias anónimas e uma justiça titubeante levaram o país à incerteza e ao marasmo. Há quem pugne desesperadamente por este clima, esta suspeita permanente sobre a política e os políticos. Acusando o sistema e os seus intervenientes, aparecem como moralistas e impolutos, beneficiando de uma beatitude hipócrita, que não é mais do que uma fachada. Uma democracia adulta não merece este tratamento, estas feridas demoram a sarar e abrem caminho a outras maleitas, aos sebastianismos, aos totalitarismos e a outros “ismos”, que rimam com socialismos e fascismos.

À semelhança do que aconteceu na Madeira, em que os eleitores escolheram de forma assertiva Miguel Albuquerque, um fazedor, tenho esperança que a população portuguesa reflita sobre o seu futuro, sobre o que realmente interessa e entregue de forma expressiva o país à social-democracia. Sabemos que o PSD é sempre quem arruma a casa e põe o país “num brinco”, a sua matriz fazedora procura a ordem e não permite o caos. Sabemos que os onze meses que passaram, apesar do muito que foi feito, não foi suficiente, o país é pequeno, mas os problemas são muitos. Quase uma década de um socialismo mais ou menos radical, mas sempre irresponsável, levaram ao colapso da saúde e da educação. As principais instituições que corporizam um estado de direito foram barbaramente atacadas, umas cirurgicamente decapitadas e outras afogadas em legislação que tinha tanto de exótica como de dogmática, ficando assim, todo um país à mercê de um regime preguiçoso e politicamente pernicioso.

Nestas eleições legislativas nacionais, os madeirenses e os porto-santenses vão responder de forma afirmativa à chamada da democracia e vão expressar de forma clara a sua preferência pelos fazedores, os de cá e os de lá. Acredito também que os fazedores insulares vão ter um bom resultado e vão deixar os faladores da ilha a falar sozinhos, ou talvez, no aeroporto, a falarem uns com os outros.

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