O LIVRE reagiu às declarações do presidente do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), que recentemente garantiu que os percursos pedestres da região são seguros.
“Embora se reconheçam os esforços da entidade na monitorização dos trilhos mais frequentados, importa salientar que a realidade experienciada por muitos utilizadores contraria essa percepção”, aponta o partido, num comunicado enviado à redação.
O partido afirma que, nos últimos anos, tem recebido diversos relatos de cidadãos, guias de montanha e visitantes que apontam para uma crescente degradação de vários percursos, especialmente aqueles menos turísticos, onde a manutenção é irregular ou praticamente inexistente.
Nesse âmbito, indicam que as principais preocupações identificadas são: a falta de manutenção básica em zonas com riscos evidentes (degradação de degraus, sinalização em falta, vegetação densa e ausência de corrimãos);informação desatualizada sobre o estado dos trilhos em canais oficiais, levando a situações de risco; desnecessárias;comunicação deficiente relativamente ao encerramento temporário de percursos, com sinalização tardia ou inexistente no local;falta de medidas preventivas em períodos críticos, como após incêndios ou fenómenos meteorológicos. extremos; falta incluir os guias de montanha /turísticos nos planos e nas construção de soluções.
“Adicionalmente, recordamos que está em vigor uma taxa de 3€ por pessoa, por percurso, aplicada a visitantes não residentes com mais de 12 anos. Esta taxa abrange atualmente 40 trilhos classificados sob gestão do IFCN. Considerando que, em média, grupos de 15 pessoas realizam 3 caminhadas por semana, estima-se que este sistema possa gerar cerca de 5.000€ por dia, o que se traduz em mais de 140.000€ por mês e cerca de 1,6 milhões de euros por ano, caso os percursos sejam devidamente mantidos e monitorizados, mas nesta equação não estão os turistas que se arriscam sem guias”, indica ainda.
Face a esta realidade, o Livre deixa as seguintes questões: “Onde está a aplicação prática desta receita?”; “Por que motivo continuam a faltar recursos humanos para fiscalização e manutenção?”; “Por que persistem intervenções adiadas em zonas críticas?”.
“O Partido Livre Madeira defende que os valores arrecadados com esta taxa devem ser totalmente canalizados para a conservação, segurança, sinalização e gestão ativa dos trilhos, com relatórios públicos e regulares sobre a sua utilização. Estes fundos devem também permitir o reforço urgente das equipas de campo do IFCN, que atualmente operam com meios limitados perante um território extenso e cada vez mais pressionado pelo turismo e pelas alterações climáticas”, defende.
Adicionalmente, destaca que a falta de infraestrutura básica, como casas de banho em muitos percursos, tem sido uma preocupação constante entre os utentes. “Instalar casas de banho secas nos trilhos mais remotos e com maior afluência de visitantes seria uma excelente estratégia para melhorar a experiência de quem utiliza estas vias, ao mesmo tempo que se reforçaria a qualidade do turismo de natureza na nossa região”.
“A segurança nos percursos pedestres é uma responsabilidade partilhada, mas deve assentar, antes de mais, numa política pública ativa, bem planeada, participativa e com financiamento transparente. A valorização do turismo de natureza e da ligação das populações à paisagem passa pela garantia de percursos acessíveis, bem sinalizados e devidamente mantidos”, refere.
“O Partido Livre Madeira continuará a defender uma abordagem sustentável e exigente ao ordenamento do território e à proteção da nossa Natureza, colocando a segurança, a transparência e o bem-estar das pessoas no centro das decisões”, remata.