Tristeza e orações preenchiam hoje a Praça de São Pedro, no Vaticano, onde milhares de fiéis se reuniram para prestar homenagem ao Papa Francisco, falecido aos 88 anos na sua residência da Casa Santa Marta.
O Vaticano, sede da Igreja Católica, tornou-se, desde que a notícia da morte foi conhecida esta manhã, o epicentro de manifestações de carinho e orações dos fiéis.
Na praça em frente à Basílica de São Pedro, o ambiente tem sido de profunda tristeza, onde há pouco mais de 24 horas, o pontífice argentino surgiu pela última vez perante os crentes.
“É uma notícia muito sentida para nós, latino-americanos. Temos muito apreço pela tradição do Papa e ele representou-nos muito bem no mundo pela sua simplicidade e humildade”, comentou Gustavo, um turista colombiano, numa referência à nacionalidade argentina de Francisco.
Também citada pela agência noticiosa EFE, Daniela, uma jovem mexicana, encontrava-se dentro da Basílica de São Pedro à espera de se confessar quando foram os próprios sacerdotes a comunicar-lhe a notícia da morte.
“Estamos muito tristes. Ontem (domingo) vimos o Papa, tivemos a oportunidade de o ver pela última vez. Acho que é uma perda muito dolorosa para o catolicismo”, afirmou.
O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral e teve alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.
A sua morte repentina surpreendeu muitos, apesar de se encontrar ainda a recuperar o que o impediu de participar em grande parte dos atos da Semana Santa.
“A verdade é que foi completamente inesperado. Ontem parecia algo cansado, mas pensávamos que estava a melhorar. Que tenha saído após a missa foi algo muito especial… mas agora tudo isto é muito triste”, acrescentou Daniela.
Mary, da Venezuela, lamentou, por seu lado, que a sua primeira visita a Roma coincidisse com este acontecimento: “Embora soubéssemos que estava com alguns problemas de saúde, não esperávamos isto – e muito menos durante a Semana Santa. Todos rezávamos pela sua recuperação”, disse.
O impacto também atingiu grupos de peregrinos que se encontravam em visitas organizadas. “Viemos com uma excursão e avisaram-nos de que o Santo Padre acabara de falecer. Apanhou-nos completamente de surpresa, e só se percebe a realidade quando se veem os meios de comunicação a movimentarem-se e as pessoas a reagir”, contou Ignacio, vindo do México.