Miguel Silva Gouveia criticou hoje o executivo liderado por Cristina Pedra, após a aprovação das contas relativas ao exercício de 2024 na reunião de câmara. A coligação Confiança votou contra, considerando que os resultados apresentados “demonstram o fracasso das políticas públicas deste mandato”.
Segundo o vereador, apesar de um resultado líquido positivo de 2,7 milhões de euros, o número “não deve satisfazer ninguém”, sobretudo tendo em conta o contexto: “Voltou-se a bater recordes de cobrança de impostos, ano após ano, em todos os exercícios deste mandato. Este ano, com 52 milhões de euros de impostos cobrados aos funchalenses”, frisou, acrescentando ainda que houve um aumento de 43% nas taxas e multas aplicadas.
“Demonstra que a Câmara tem uma política fiscal bastante repressiva sobre os funchalenses e, com isso, não podemos nos vangloriar de ter resultados positivos, até pífios, comparados com o ano passado, porque um resultado positivo de 2 milhões de euros, quando no ano passado tivemos 5 milhões de prejuízos, obviamente não deve satisfazer ninguém”, afiançou.
O vereador da oposição destacou ainda o facto de a CMF apresentar “uma baixa taxa de execução do plano de investimentos, cerca de 58%, o que demonstra a incapacidade desta Câmara, que mesmo com todas as suas manipulações financeiras de colocar dinheiro a render nos bancos, não consegue ter uma operacionalização, uma materialização daquilo que se propõe fazer neste exercício aos funchalenses, ficando muito aquém daquilo que deveria ser feito”, criticou.
Gouveia apontou ainda falhas na gestão dos litígios pendentes, afirmando que nenhum foi resolvido durante o mandato. “Esta Câmara ficou de braços cruzados durante 4 anos a dormir à sombra dos resultados positivos e do crescimento económico que o funchal apresentava e está à vista. Não há obra feita”.
O ex-presidente da Câmara do Funchal reforçou ainda que, na sua opinião, o atual executivo demonstra “incapacidade de governar e de colocar os funchalenses em primeiro lugar”. E as criticas não se ficam por aqui: “se formos a verificar, aquilo que o Funchal neste momento está otimizado é para o investimento estrangeiro, criando dificuldades acrescidas aos funchalenses a nível de acesso à habitação, com dificuldades cada vez maiores de ter políticas sociais que resolvam efetivamente os problemas que a cidade tem, com aumento de consumos de substâncias de estupefacientes, com aumento de sem-abrigos na cidade do funchal, com dificuldades e carências educativas a ser gritantes com alunos a desistir de poder ficar na faculdade por não ter capacidade de suportar os encargos com uma habitação, por exemplo, no curso superior, esta Câmara tem sido absolutamente incapaz de resolver estes problemas”, disse.
Na mesma intervenção, Miguel Silva Gouveia acusou ainda o executivo de priorizar “a propaganda”, destacando um “aumento de 100% em prémios, condecorações e produtos honoríficos”. Para o vereador da oposição, os funchalenses tornaram-se “um produto secundário na ótica deste executivo que serve apenas para pagar impostos, 52 milhões de euros de dinheiro dos funchalenses, entregues nas mãos destes senhores para não fazer rigorosamente nada”, rematou.