Legislativas: Livre diz que eleições são oportunidade para afastar Montenegro da governação

Rui Tavares falou aos jornalistas à margem do XV Congresso do Livre.

O porta-voz do Livre considerou hoje que “não é normal” a existência de tantas dúvidas sobre a vida patrimonial do primeiro-ministro e defendeu que as eleições são a oportunidade para afastar Luís Montenegro da governação.

“Nós estamos em eleições por causa disto, nós não vamos andar a ignorar o elefante no meio da sala, porque o nome disto é má governação, é governação com pouca transparência, pouca exigência ética, é informação dada às prestações, sempre ao serviço do melhor interesse de Luís Montenegro”, afirmou Rui Tavares, em declarações aos jornalistas à margem do XV Congresso do Livre, questionado sobre as notícias dos últimos dias sobre contas bancárias do primeiro-ministro e o financiamento do PSD por parte de um antigo cliente da sua empresa.

O porta-voz do Livre considerou que “é sempre um mau sinal” quando os políticos acusam a imprensa de desinformação e questionou, se Montenegro atua desta forma quando estão em causa dúvidas sobre questões pessoais, tal não poderá acontecer também em matérias de governação.

“Na segurança, nos incêndios, nas questões internacionais. Uma pessoa que se comporta assim, não dando a verdade toda logo de uma vez, mesmo quando são más notícias, não dando as más notícias todas logo de uma vez, é uma pessoa que não é transparente para com os portugueses”, afirmou.

Rui Tavares defendeu que nas legislativas antecipadas de 18 de maio “Portugal tem uma oportunidade de afastar Luís Montenegro da governação, de o deixar trabalhar, mas noutra coisa que não seja ser primeiro-ministro”, ironizando com a letra do novo hino de campanha da AD, que pede que se “Deixe o Luís trabalhar”.

“Porque, evidentemente, se continuarmos com este primeiro-ministro, nós vamos continuar a viver esta novela, nós vamos continuar a ver este filme o tempo todo e francamente, e vai começar a ser um filme muito preocupante”, afirmou.

Rui Tavares não quis comentar em detalhe a notícia do Correio da Manhã sobre contas bancárias do primeiro-ministro, preferindo centrar-se na de sexta-feira revelada pelo semanário Expresso de que um antigo cliente da empresa de Montenegro foi financiador do PSD.

“Isto não é normal. Não é normal. Claro que Luís Montenegro nos vai dizer que é tudo normal, claro que alguns outros políticos do PSD e do CDS, ou até quem se queira juntar com o PSD e o CDS no Governo, vão querer fazer disto tudo normal (…) O Livre acha que o que deve ser normal é outro nível de exigência, outro nível de transparência”, afirmou.

O primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, disse hoje que há cerca de dois meses que é confrontado com notícias que considera corresponderem a desinformação e manipulação de factos e reiterou que não escondeu qualquer conta bancária.

Montenegro concretizou estar a falar de dois órgãos de comunicação social em particular, designadamente o Expresso e o Correio da Manhã, que disse terem “um padrão de apresentação de notícias que, depois, têm tido como consequência que todos os demais órgãos de comunicação social, os agentes políticos e mediáticos, são induzidos em erro e reproduzem títulos de notícias que são absolutamente falsos”.

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