Ireneu Barreto diz que “competirá aos responsáveis encontrar as melhores respostas para as perguntas que nos vamos colocando” sobre a guerras

Ireneu Barreto, na Cerimónia do Dia do Combatente e 107.º Aniversário da Batalha de La-Lys, vincou que, ao longo dos anos, “muito se vai transformando na forma de fazer as guerras. As espadas deram lugar às armas de fogo, os cavalos foram substituídos pelos carros de combate, depois vieram os aviões, os mísseis e agora os drones”.

“Mas não existe guerra que se faça sem mulheres e homens e sem o sofrimento da população civil”, pelo que “as guerras reclamam vidas”. “Não só as vidas dos que sofrem o sacrifício maior, mas também parte da vida dos que, até ao fim dos seus dias, carregam as marcas físicas e psicológicas de terem sido expostos à desolação, à devastação, à destruição da frente de batalha”, alertou o representante da República para a Madeira.

”Estes homens [que passaram pelas guerras em África] e as suas famílias não podem ser esquecidos. O passar do tempo, que já ultrapassa as cinco décadas, não pode votá-los ao esquecimento. À medida que as novas gerações se vão afastando daquilo que a partir de 1961 se passou em Angola, na Guiné e em Moçambique, é natural que a memória desses difíceis anos se vá desvanecendo”, disse, acrescentando que “é um dever de todos contrariar esta tendência”.

Mais apontou que “competirá aos responsáveis, tanto a nível nacional como ao nível europeu, encontrar as melhores respostas para as perguntas que nos vamos colocando. Numa frase simples, creio que todos concordamos que a Europa há-de saber cuidar de si mesma. Mas como financiar estas obrigações? E, encontrado o financiamento, onde investir? E como coordenar os investimentos, para que não haja sobreposições ou fundos mal aplicados?”, questionou.

”Como em todos os tempos de grande exigência, este é um momento que demanda o melhor de todos nós. Dos decisores, a quem se exige liderança; e dos povos, que não deixarão de ser afetados pelas opções a tomar”, aditou.

Por isso, Ireneu Barreto espera que “seja este o desígnio de todas as Nações, e lembrando aquele provérbio latino ‘si vis pacem, para bellum’, se queres a paz, prepara-te para a guerra, saibamos ter a coragem de, em conjunto com os nossos parceiros europeus, fazer o que for necessário para afastar qualquer ameaça e, com isso, levar a que cessem os tiros que hoje se fazem ouvir”.

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