O secretário regional de Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, prepara-se para encerrar um ciclo de nove anos à frente da tutela, deixando em aberto o seu futuro profissional, mas com a certeza de que não voltará à medicina cirúrgica.
As declarações foram feitas esta segunda-feira, à margem da conferência ‘A Visão da RAM, Região Saudável, Segura, Sustentável e Inovadora’, integrada nas comemorações do Dia Mundial da Saúde, no Colégio dos Jesuítas, neste que é um dos seus últimos atos públicos enquanto governante.
“Se houver outros projetos, ficamos agora à espera. Agora é uma reflexão sobre estes nove anos que foram muito intensos, onde, de facto, enriqueci a minha vida colaborando com aqueles que trabalharam comigo, afirmou o governante sublinhando a forma como a Região enfrentou a pandemia da covid-19.
“Passámos por uma pandemia de uma forma positiva. Foi isso que os outros disseram e que permitiu também à Região recuperar do ponto de vista económico a sua atividade e, por isso, o nosso papel está feito e agora partimos para outros desafios”, referiu aos jornalistas.
Questionado sobre a possibilidade de regressar à cirurgia, Ramos afastou essa hipótese. “Isso é impossível (…) por respeito aos profissionais e à população não podemos reiniciar uma atividade com a qual estamos parados há dez anos”, explicou, garantindo, no entanto, que continua disponível para colaborar em áreas de organização e planificação de cuidados de saúde, se assim for necessário.
Sobre o futuro da Saúde na Região, Pedro Ramos mostra-se confiante de que existem pessoas capazes para dar continuidade ao trabalho desenvolvido. “Acho que temos mais gente para continuar e abraçar outros desafios e continuar a servir a Madeira.”
No balanço final, recorreu aos dados do mais recente estudo da Direção Regional de Estatística, divulgado esta segunda-feira, que mostram uma melhoria na perceção do estado de saúde dos madeirenses com 16 ou mais anos. “Quase 50% considera que tem um estado bom de saúde e diminuímos também naqueles que têm dificuldades de mobilidade devido à existência de doenças crónicas, diminuímos 3,3%, o que também é um bom indicador”, destacou.
Pedro Ramos sublinhou ainda a importância da literacia em saúde e da liderança na construção de uma Região mais saudável: “Continuar a motivar decisores, prestadores e utilizadores, através de uma melhor literacia e melhores lideranças para que o sucesso da saúde e bem-estar na Região seja uma realidade”.