Coligação ‘Força Madeira’ culpa social-democratas pela crise na Região

“As pessoas dizem que estão cansadas, que os políticos são todos iguais, mas a verdade é que na Madeira só tivemos um partido a governar e, portanto, as responsabilidades não podem ser diluídas igual por todos, porque há quem não tenha responsabilidades pelo estado das coisas”, disse a cabeça de lista, Raquel Coelho.

A candidatura da coligação Força Madeira (PTP/MPT/RIR) às eleições de domingo na região alertou hoje para a importância de os eleitores “separarem o trigo do joio”, considerando que o PSD é o único responsável pela crise no arquipélago.

“As pessoas dizem que estão cansadas, que os políticos são todos iguais, mas a verdade é que na Madeira só tivemos um partido a governar e, portanto, as responsabilidades não podem ser diluídas igual por todos, porque há quem não tenha responsabilidades pelo estado das coisas”, disse a cabeça de lista, Raquel Coelho.

A também líder regional do PTP sublinhou que a mensagem da coligação Força Madeira vai no sentido de alertar os eleitores para terem o “discernimento de separar o trigo do joio”, pelo que a candidatura está a fazer uma campanha focada no contacto direto com a população, hoje com ações no Funchal, embora condicionadas pelo mau tempo que afeta a região.

“Acho que as pessoas se sentem muito desmoralizadas com a política no geral. Há muita gente que diz que não acredita em nada e que não vai votar. Isto é o chavão que mais ouvimos”, explicou à agência Lusa, vincando ter “muito receio da abstenção e do desinteresse das pessoas em relação à política”.

Raquel Coelho considerou, no entanto, que a responsabilidade pelo estado de crise da região autónoma é do PSD, que governa desde 1976, e lembrou que os partidos que compõem a coligação Força Madeira não têm feito outra coisa senão alertar para a degradação da vida política.

“Há muitos anos que os partidos que integram a coligação Força Madeira vêm alertando para os vícios da política madeirense, para a corrupção, para o compadrio, para as cunhas, para os tachos, para o sistema de subsídio-dependência através de associações e pessoas que não contribuem nada para a sociedade, mas que, porque são do PSD, recebem fundos da região”, afirmou.

A candidata argumentou que a maior parte da população madeirense “não se revê nesse grande polvo”, embora depois não tenha o “discernimento de separar o trigo do joio”.

“As responsabilidades são lançadas sobre todos e as pessoas desistem de ir votar”, lamentou.

A Força Madeira coloca, por isso, o foco da sua mensagem em esclarecer os eleitores sobre as responsabilidades do PSD e também de alguns partidos que classifica como “falsa oposição”, considerando o apoio que deram aos sociais-democratas ao nível da Assembleia Legislativa e do governo, nomeadamente o CDS-PP, o Chega, o PAN e também a IL, que acusou de “dar uma no cravo, outra na ferradura”

Raquel Coelho realçou que a Força Madeira quer ser uma alternativa no panorama político e mostrou-se confiante na eleição de deputados.

As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega – que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional minoritário do PSD, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque – e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

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