AFERAM nega qualquer envolvimento nas apresentações “controversas” exibidas na BTL

A Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira (AFERAM) esclarece, em comunicado, que não teve qualquer envolvimento nem responsabilidade nas apresentações/recriações exibidas publicamente na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) 2025, “que têm gerado controvérsia no espaço público”.

“No entanto, entendemos que não existem ‘donos’ da cultura tradicional. Em nossa opinião, faltou sensibilidade no uso dos trajes tradicionais. Muitas vezes, os especialistas concentram-se apenas sua área e esquecem a importância das demais. Os coreógrafos e estilistas podem e devem demonstrar mais sensibilidade. Assim como se inova na música ou na dança, também se pode inovar ou se inspirar no traje tradicional, sempre com o respeito que ele merece. Por outro lado, os grupos devem ter cuidado ao emprestar seus trajes, garantindo que conhecem a utilização final destes. A AFERAM não foi consultada para emitir ou fornecer conselhos sobre a utilização dos trajes em questão”, revela a associação.

A AFERAM diz ter sido ouvida apenas num projeto da Associação de Promoção da Madeira, que foi desenvolvido desde 2022 e tem sido apresentado em eventos privados no âmbito da BTL. Este projeto focado na fusão entre o folclore tradicional madeirense e elementos contemporâneos, conta com a participação da Escola de Dança do Funchal (no estilo contemporâneo) e do Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha (no estilo tradicional). Este projeto foi submetido a pareceres artísticos e diversas apreciações prévias. Este ano, foi novamente apresentado exclusivamente durante o cocktail oficial de 12 de março.

A AFERAM reafirma sua disponibilidade para ser parceira em diversos eventos promovidos por instituições públicas e governamentais, com o objetivo de garantir o respeito, a qualidade e o cuidado na apresentação de iniciativas que envolvam elementos etnográficos, tradicionais e identitários do nosso povo.

“Reafirmamos o nosso compromisso com a preservação e divulgação da cultura e etnografia madeirense, sempre respeitando suas origens e história. A AFERAM não se revê em abordagens que possam desvirtuar ou descontextualizar o nosso património material e imaterial”, remata.

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