JPP quer “inverter política vergonhosa” da habitação e promete 500 casas por ano

O cabeça de lista do Juntos Pelo Povo (JPP) às eleições na Madeira, Élvio Sousa, afirmou hoje que o partido pretende “inverter a política vergonhosa” da habitação na região, prometendo a construção de 500 novas casas por ano.

“Nós vamos inverter toda esta política até à data vergonhosa, que não colocou a habitação como um investimento necessário”, declarou o candidato do JPP no bairro social da Nazaré, no Funchal, no decorrer de uma ação da campanha eleitoral que passou por alguns contactos com populares e a entrega de canetas e o programa do partido.

Segundo o também secretário-geral do JPP, existem “70 milhões de euros do Orçamento Regional de um saldo global de 135 milhões de euros fechado em 2024”.

“E, ao contrário deste governo PSD, liderado por Miguel Albuquerque – e ressalvo que é candidato do PS, ele não está nos cartazes mas é candidato -, vamos pegar nesses 70 milhões de euros e vamos aplicar na habitação”, apontou.

O JPP estabelece como meta “construir 500 casas, 500 apartamentos ao ano”, reafirmou o candidato, acrescentando que se destinam a casais jovens, à classe média e a todos aqueles que têm tido dificuldades em pagar uma renda e estão a ser despejados das suas casas.

“Estamos a falar acima de 6.000 madeirenses nessas dificuldades, para não falar da habitação social”, adiantou.

Élvio Sousa explicou que o projeto será para “articular e contratualizar com todas as câmaras da Madeira, ao contrário de Miguel Albuquerque que tratou de forma discriminatória as autarquias que não são da mesma cor política”.

E complementou que o líder social-democrata da Madeira, Miguel Albuquerque, “não fez em nove anos nem uma casa com o orçamento regional. O que fez é que prometeu 1.500 casas com os dinheiros da ‘bazuca’ (Plano de Recuperação e Resiliência – PRR) e vai fazer 800”.

“Recordo também que prometeu 600 casas para 2024 e só entregou meia dúzia. Não foi com o dinheiro do Orçamento Regional, foi com o dinheiro do PRR”, reforçou.

Élvio Sousa realçou que, caso o partido seja governo na região, pretende “juntar todas as câmaras, fazer parcerias, contratos-programa, inventariar todos os terrenos e imóveis públicos que o governo [madeirense] em 10 anos ainda não concluiu e nem sabe que terrenos é que tem”, além de “alavancar as cooperativas” para resolver o problema de falta de habitação na Madeira.

“Temos de ter madeirenses a viver na nossa terra, não podemos ter uma terra para acolher as pessoas que vêm de fora com capacidade de compra e os nossos madeirenses não terem acesso à habitação”, vincou.

As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.

As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega – que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) – e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

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