O cabeça de lista do Juntos Pelo Povo (JPP) às eleições antecipadas na Madeira prometeu hoje devolver 7,5 milhões de euros aos produtores de banana da região, pagando 1,36 euros por quilograma.
“Se a população confiar num governo liderado pelos Juntos Pelo Povo, nós vamos buscar 7,5 ME à GESBA (gestora do setor da banana), que gere muito mal as contas e o dinheiro dos agricultores. Vamos devolver 7,5 ME aos agricultores. Como? Pagando o valor de 1 euro mais a ajuda comunitária, ou seja, um governo JPP vai pagar a banana extra a 1,36 euro” por quilograma, disse Élvio Sousa numa ação da campanha para as eleições regionais de 23 de março, no Funchal.
Segundo o candidato do JPP, de acordo com as contas da GESBA do ano passado, a empresa “vendeu 25 ME de banana, pagou aos produtores apenas 11 ME e gastou quase 14 ME”.
Por isso, sustentou ser preciso “afastar da GESBA todos os gastadores, os que estão a gastar dinheiro de forma irresponsável, fazer uma gestão eficiente da GESBA, que é pagar melhor aos agricultores, é vender o museu da banana à Secretaria [da Agricultura do governo madeirense], é ir buscar os dividendos – os 8,5 ME que o Governo Regional não devolveu à GESBA – e é fazer uma gestão eficiente”.
“Não é fechar a GESBA, é fazer uma boa gestão”, acrescentou o líder do JPP, reforçando que o partido, se chegar à governação na Madeira, está disposto “a devolver rendimentos aos agricultores, 7,5ME, o que é um esforço assinalável”.
No caso do setor da produção de cana-de-açúcar, Élvio Sousa, anunciou que o objetivo é a produção ser paga “juntamente com os engenhos”, sendo na ordem dos 60 cêntimos por quilograma.
“Esta é a nossa proposta este ano, mas temos depois de nos sentarmos com o setor para verificar, nomeadamente com os engenhos, (…) qual vai ser a quota-parte de cada qual”, referiu.
Também defendeu ser necessário “fazer reservas (…) para assegurar o futuro da agricultura” da Madeira.
Élvio Sousa insistiu que a campanha eleitoral do JPP assenta em 10 grandes medidas, que afloram a área da habitação, da redução do custo de vida, da saúde ou da coesão social.
O responsável salientou que as medidas preconizadas pela candidatura “assentam num estudo feito de onde ir buscar o dinheiro e têm um impacto de 59 ME”.
“Nós temos um programa de redução da despesa que diz que podemos poupar com a fusão de secretarias, com um programa efetivo de redução de despesa no valor de 60 ME. Nós sabemos onde vamos buscar e onde vamos cortar”, enfatizou o candidato.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega – que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) – e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).