Ser mulher é nascer e sentir-se no feminino. É nascer uma flor e ser menina do papá.
Ser mulher é ser beleza e atração. É ser corpo em transformação.
Ser mulher é ser flutuação de hormonas. É ser ovulação e menstruação, é ser estabilidade e emotividade extrema.
Ser mulher é ser fertilidade e saber ser e sentir menopausa. É ser transformação e aceitação de um corpo em constante mudança.
Ser mulher é ser gestação. É ser escudo e nutrição de uma nova vida.
Ser mulher é ser mãe. É ser porto de abrigo e ser amor imensurável.
Ser mulher é ser passado, presente e futuro. É ser morada de retorno e ser colo acordado, para sempre.
Ser mulher é ser energia e força. É ser sensibilidade extrema e sexto sentido.
Ser mulher é ser humana. É ser trabalhadora, ser pensante, ser inteligente e ser cidadã.
Ser mulher é ser guerreira. É ser luta e resiliência ao longo dos tempos.
Mas…
Ser mulher foi ser fragilidade e sobre proteção. Foi ser prisão e privação.
Ser mulher foi ser muro silenciado. Foi ser serviçal e ser fraqueza, desprovida de próprio pensamento.
Ser mulher foi ser sinónimo de ignorância e inaptidão. Foi ser moeda de troca… objetivação.
Ser mulher foi ser obrigação. Foi ser casamento arranjado e ser corpo usado.
Ser mulher foi ser desigualdade e discriminação.
E…
Ser mulher é ser sofrimento ou ser privilégio?
Ser mulher é ser fragilidade ou fortaleza?
Ser mulher é ser resignação ou transformação?
Ser mulher é ser doméstica ou ser empresária?
Ser mulher é querer ser mulher ou querer ser homem?
Ser mulher ou ser homem, não é tentar, apenas, ser? Ser um bom ser humano… apenas?
Então…
Ser mulher é ser um privilégio, é ser fortaleza, é ser transformação. É abraçar todo o seu sagrado feminino.
Ser mulher é ser quem se quiser ser. É ser mulher e humana com todos os direitos e deveres de todos os outros seres humanos.
Ser mulher tem de ser uma luta por todas as outras mulheres que ainda vivem no “foi ser”.
Ser mulher é ser, entre as suas lutas e conquistas, não melhor nem pior que um homem, é ser e viver, aceitando-se e tornando-se, cada dia, um ser humano melhor.
Carina Teixeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas.