“Não, eu sou contra isso, eu acho que o mercado tem que funcionar e ainda bem que funciona. Essa ideia socialista de controlar preços, controlar o mercado leva sempre para uma intervenção do Estado que vem criar disfuncionalidades no mercado e vem prejudicar toda a gente”. Esta a reação de Miguel Albuquerque, já na manhã desta terça-feira, quando confrontado sobre uma eventual limitação que pudesse ser imposta na venda de casas na Madeira a estrangeiros, mesmo que essa não seja um legislação exequível.
No decorrer de uma visita à Century 21 Garden, na Rua da Carreira, o presidente do Governo Regional, assegurou que não será solução resolver um problema criando outro, ou seja, não pode travar o desenvolvimento económico do setor, pelo que a questão de habitação para os locais “tem que ser resolvida, tem que ser resolvida de uma maneira que não é parar o mercado, porque isso seria absolutamente catastrófico, você não pode parar os investimentos estrangeiros aqui, não pode parar o imobiliário, não pode parar toda a atividade económica que está ligada ao crescimento do imobiliário, porque isso seria suicidário. O que tem que fazer é encontrar uma solução para colocar fogos no mercado a preços acessíveis para os residentes e famílias”, acreditando que a solução de cooperativas será um bom contributo, lembrando o sucedido no início da década de 90.
Ou seja, conforme as suas palavras, “faz-se de duas maneiras, através dos mecanismos que existem, como aliás aconteceu nos anos 90 da habitação cooperativa, habitação a custos controlados, e investindo, como nós estamos a investir neste momento 128 milhões de euros em habitação a preço acessível e de rendimento acessível. Há outras modalidades, com certeza, mas neste momento a nossa grande prioridade será avançar nestas duas modalidades, dar continuidade ao investimento na habitação de renda acessível e depois dar continuidade e reforçar rapidamente a construção de fogos a custos controlados, colocando os fogos 30% abaixo do custo de mercado para as famílias e com outros complementos e outros que podem existir a nível das facilidades de aquisição”.
E lembra que “nós tínhamos dois projetos para lançar agora, não pudemos lançar porque o Governo caiu, o orçamento foi chumbado, um deles era 220 fogos nos terrenos do Tecnopolo, portanto uns terrenos muito bons aqui no centro da função, e atrás da APEL temos também mais 52 ou 53 fogos para construção através dessa modalidade cooperativa”.
Na mesma ocasião, Edgar Consuelo, o diretor comercial da imobiliária visitada, disse que por estas alturas o negócio faz-se na ordem dos 40% para estrangeiros e 60% para locais, crendo que tal irá se manter nos próximos tempos, além de acreditar que o mercado norte-americano, com a operação de ligação direta da United a partir de 8 de junho próximo, irá crescer ainda mais.