Milhares juntam-se a cardeais na Praça de São Pedro para rezar pelo Papa

Milhares de fiéis juntaram-se hoje a três centenas de cardeais, bispos, sacerdotes e leigos que trabalham na Cúria romana para rezarem pela saúde do Papa Francisco.

“Oremos pelo nosso pontífice Francisco, que Deus o conserve”, cantou o coro, no final do rosário, num dia em que o líder da Igreja Católica apresentou sinais de alguma melhoria do estado clínico.

O presidente da celebração, o secretaÌrio de Estado Pietro Parolin, um dos mais próximos colaboradores de Francisco, pediu no final a oração de um Pai Nosso e de uma Avé Maria pelo restabelecimento do Papa.

Apesar do frio e da chuva que caía ocasionalmente, os fiéis encheram o primeiro conjunto de cadeiras colocadas na praça de São Pedro e muitos assistiram nas colunatas e noutras zonas mais protegidas.

“Estou aqui para rezar pelo Papa. Ele é argentino como eu, mas ele deixou de o ser. Agora é de todos nós, os católicos”, disse Juan Vigó, imigrante em Espanha que quis estar em Roma por estes dias.

Com um boné da Argentina que o denunciou entre os fiéis, Juan diz-se “um católico pouco praticante” que “quer voltar mais à Igreja graças ao Papa”, antigo cardeal de Buenos Aires.

“A Igreja é de todos e ele está sempre a dizer isso”, afirmou.

No perímetro da praça, meia centena de equipas televisivas de diversos países faziam diretos da cerimónia do rosário, celebrada em italiano.

“Eu não entendo bem o que eles dizem, mas rezo com eles. Todos sabemos o rosário”, explica Juan Vigo.

Os cardeais residentes na cidade, “com todos os colaboradores da CuÌria Romana e da Diocese de Roma, recolhendo os sentimentos do povo de Deus” reúnem-se esta noite “para a recitação do Santo RosaÌrio pela sauÌde do Santo Padre”, refere o Vaticano.

Entre os cardeais previstos na cerimónia estava José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, que celebrou a eucaristia dominical do passado dia 16, depois de o Papa ter sido internado com pneumonia bilateral.

As condições clínicas do Papa Francisco registaram hoje uma leve melhoria, com os médicos a lembrarem, tendo em conta a complexidade do quadro clínico, ser necessária “prudência” e a manterem um “prognóstico reservado”.

No mais recente boletim clínico divulgado pelos médicos que seguem o Papa no Hospital Gemelli, em Roma, é indicado que Francisco mostrou hoje uma leve melhoria nos exames laboratoriais, que lhe permitiram retomar o trabalho.

“Hoje não se registaram episódios de crise respiratória asmática: alguns exames laboratoriais melhoraram. A monitorização de insuficiência renal ligeira não é preocupante. A oxigenoterapia continua, embora com débito e percentagem de oxigénio ligeiramente reduzidos”, lê-se no boletim médico.

Nesse sentido, os médicos, “tendo em conta a complexidade do quadro clínico, mantêm ainda, com prudência, o prognóstico [reservado]”.

O boletim adianta que Francisco recebeu hoje de manhã a Eucaristia e, à tarde, retomou as suas atividades profissionais.

“À noite, telefonou ao pároco da paróquia de Gaza para lhe manifestar a sua proximidade paterna. O Papa Francisco agradeceu a todo o povo de Deus que se reuniu para rezar pela sua saúde nos últimos dias”, termia o boletim médico.

No domingo, o Vaticano disse que o Papa continuava em estado crítico e que alguns exames de sangue indicavam uma insuficiência renal leve, mas sob controlo.

O Papa, de 88 anos, foi hospitalizado em 14 de fevereiro, na sequência de uma pneumonia nos dois pulmões e teve uma crise respiratória na sexta-feira, que agravou o seu estado de saúde.

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