Quase 50 pessoas de uma organização criminosa que alegadamente terá explorado mais de 1.000 mulheres no último ano foram detidas em Alicante e Múrcia, na Espanha, pela Polícia Nacional que libertou 48 vítimas de tráfico sexual.
Em comunicado, as autoridades espanholas revelam que foram detidas 46 pessoas em Alicante e duas em Múrcia.
Do total, seis foram presos preventivamente e foram realizadas oito buscas domiciliárias, nas quais foram apreendidas oito armas proibidas e mais de 150 mil euros em dinheiro.
Paralelamente foram congelados em contas bancárias 930 mil euros, 17 propriedades foram imobilizadas e três bordéis fechados.
As vítimas, principalmente da Colômbia e da Venezuela, foram enganadas e aliciadas a ir para Espanha.
A polícia descreve que lhes eram apresentadas falsas ofertas de emprego nos setores de serviços de beleza e limpeza.
Ao chegarem, essa oferta não se concretizava, e as vítimas eram levadas para casas para serem exploradas sexualmente.
A rede seria liderada por duas colombianas e um espanhol.
A estrutura da organização contava com outros dois níveis: os responsáveis pelas casas e os chamados taxistas, que eram responsáveis por transportar as mulheres que prestavam serviços ao domicílio.
A organização criminosa tinha três estabelecimentos, em Alicante, Elche e Orihuela, disfarçados de pensões ou albergues, onde viviam as vítimas, que eram obrigadas a prostituir-se a qualquer hora do dia, sendo monitorizadas através de videovigilância.
Só podiam sair por duas horas.
As investigações mostraram que a rede se apropriava de pelo menos 40% do dinheiro recebido pelas mulheres, valores que eram pagos diretamente aos responsáveis pela organização.
As vítimas eram transferidas entre diferentes estabelecimentos para atrair mais clientes, evitar serem presas e simular atividade comercial legal de hospitalidade.
Também foi detetada a venda de drogas.
Durante 2024, a Polícia Nacional realizou 62 investigações nas quais foram identificadas 174 vítimas de tráfico sexual e 792 pessoas foram presas, das quais 108 foram colocadas em prisão provisória.