A conferência ‘Merecer o Futuro I’, a decorrer no Centro Cultural e de Investigação do Funchal, visa sensibilizar para a importância de mitigar os efeitos climáticos, e conta com um painel de oradores especializados a começar por Viriato Soromenho-Marques, da Universidade de Lisboa e, num segundo momento, com António Costa Silva, antigo ministro e membro do Instituto Superior Técnico e, por fim, a especialista em sociologia do ambiente, Luísa Schmidt.
António Costa e Silva aclarou que este evento surge na sequência das Conferências do Funchal, há cerca de 17 anos atrás, exatamente para discutir o “estado do planeta, a transição energética, os desafios que a espécie humana enfrentava, e hoje é para fazer uma espécie de balanço e, portanto, a questão central a que vamos tentar responder aqui é se estamos a merecer o futuro ou não”, começou por referir.
“E quanto a mim, muita coisa mudou para pior na minha visão. As emissões de CO2 do planeta no ano 2000 eram à volta de 25 mil milhões de toneladas, o ano passado atingiram 37 mil milhões de toneladas, cresceram quase 50%. Apesar dos acordos internacionais das uniões, nós estamos a conseguir diminuir as emissões, mas a matriz energética mundial continua com uma grande denominação dos combustíveis fósseis e agora temos nos”.
Em suma, sintetizou que é imperativo fazer uma reflexão porque “quando olhamos para o mundo temos um crescente de fragmentação, quer geopolítica, quer geoeconómica, quando a espécie humana devia aprender com os erros do passado, unir-se, ter mais cooperação internacional, não estamos a aprender nada e a cooperação internacional está a falhar e a falhar a um grau que é inadmissível”.