O líder da IL, Rui Rocha, que se recandidata ao cargo, afirmou hoje que prefere perder um autarca “aqui ou acolá” do que abandonar bandeiras do partido, salientando que pretende concorrer a eleições “sempre para mudar”.
Na apresentação da moção estratégica com que se recandidata à liderança da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha dirigiu-se aos núcleos territoriais para afirmar que, nas próximas autárquicas, o partido deve “lutar pelas suas bandeiras” e não deve “trocar as suas ideias “por mais ou menos cargos”.
“Sendo eleito presidente da IL, eu prefiro, se for o caso, ter menos um autarca ali ou menos um autarca acolá, mas ter a marca, as ideias, o propósito da IL perfeitamente salvaguardados”, afirmou Rui Rocha, antes de acrescentar que “um autarca liberal vale seguramente muito mais do que um ‘boy’ do PS ou do PSD”.
Rui Rocha afirmou que a IL concorre “a eleições sempre para mudar, sempre para trazer mais liberdade às populações, sejam elas autárquicas, regionais, europeias e nacionais”.
Sobre as eleições presidenciais, Rui Rocha reiterou que pretende apresentar um candidato próprio, “alguém que lute pela liberdade, pela transparência e pela credibilidade das instituições” e que “faz os portugueses voltarem a acreditar em Portugal”.
No seu discurso, Rui Rocha insistiu no mote da sua campanha interna (“Acelerar Portugal”) e defendeu a necessidade de quebrar vários “mitos que impedem a transformação” do país.
O líder da IL abordou em particular “o mito do passo do caracol”, ou “a ideia de que se pode transformar o país devagar, passo a passo, com remendos”, para voltar a criticar os oito meses de Governo da Aliança Democrática (AD).
“Tem sido essa a estratégia da AD. Há problemas na saúde: plano de verão. Não funciona: plano de inverno. Resultado: continua tudo na mesma. Para a sustentabilidade da Segurança Social. Primeiro: livro branco. Não resolve: livro verde. A seguir, grupo de trabalho, e ninguém se foca no essencial, que é a reforma profunda do sistema da Segurança Social”, criticou.
Outro dos mitos que Rui Rocha abordou foi o de que o “Estado é paternalista”, contrapondo que o “Estado não é pai de ninguém”, os contribuintes é que são “o pai do Estado e o Estado é que se comporta como uma criança birrenta e mimada”.
“Nós, os contribuintes, fazemos sacrifícios. Privamo-nos de investir, de poupar, de ter mais conforto, de viver com mais opções (…) para alimentar a criança birrenta que é o Estado, essa criança caprichosa que sistematicamente gasta mal o nosso dinheiro, que quer cada vez mais brinquedos: quis a TAP, quer a CP, quis a EFACEC”, ironizou.
Rui Rocha defendeu que chegou o tempo de dizer ao Estado que “acabou a brincadeira”, prometendo que a IL irá combater “o partido do Estado”, que considerou ser composto por PSD, PS, Chega, BE, PCP Livre e PAN.
“Todos querem mais despesa, mais Estado presente, menos liberdade para os portugueses. É pois para combater este segundo mito que vos proponho o segundo provérbio liberal: mais vale acelerar só, do que mal acompanhado”, disse, aplaudido pela sala quando propôs “prego a fundo, acelerar Portugal”.