“Infelizmente, passado um mês, a ACIF mantém a sua postura”, critica presidente do sindicato de Hotelaria

“Infelizmente, passado um mês, a ACIF mantém a sua postura”, lamentou Adolfo Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Hotelaria, Turismo, Alimentação, Serviços e Similares da Região Autónoma da Madeira, durante uma nova ação de luta pelos aumentos salarias no Funchal.

Recorde-se que, após a greve do setor que decorreu entre dia 30 de novembro e 1 de janeiro, o sindicalista havia garantido que seriam promovidas diversas iniciativas de protesto, incluindo concentrações à porta de unidades hoteleiras e entidades oficiais, bem como a distribuição de comunicados dirigidos aos turistas. Hoje, a ação decorreu à porta da sede da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF-CCIM), onde o dirigente sindical voltou a reforçar que, enquanto não houver acordo, a luta continuará.

“Muitos trabalhadores, ontem e hoje, que trabalham há 15, 20 ou 30 anos, já viram no seu recibo que estão a ganhar o salário mínimo”, denunciou, expressando a sua desilusão por a ACIF não ter apresentado qualquer iniciativa para negociar os valores reivindicados pelos trabalhadores.

O presidente do sindicato voltou a destacar os bons indicadores do setor do turismo em 2024, recordando que, ainda hoje, o secretário regional de Turismo, Eduardo Jesus, elogiou a política que impulsionou esse crescimento. No entanto, Freitas criticou a falta de reflexo desse sucesso nos vencimentos dos trabalhadores, afirmando que “o que chegou para eles foi apenas sacrifício e trabalho”.

Entre as próximas manifestações, uma está prevista para a Quinta Vigia, em protesto contra o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque que não “tem saído em defesa” dos trabalhadores.

“Provavelmente daqui a dois meses, quando começar a campanha eleitoral, vai lembrar-se de que há trabalhadores na hotelaria para caçar o voto. E é bom que os trabalhadores nessa altura se lembrem quem tem estado ao lado dos trabalhadores e quem está de costas voltadas, porque esta situação, se houvesse intervenção do governo, possivelmente já estaria desbloqueada”, afiançou.

Recorde-se que em causa está o aumento salarial de 5,5% para 2025 proposto pela Mesa da Hotelaria da ACIF, que representa os empresários, valor acima da taxa de inflação prevista e que garante um acréscimo mínimo de 53 euros. O sindicato considerou desde o primeiro minuto que esta uma proposta “irrisória”, especialmente num ano em que o setor teve um forte crescimento, defendendo um aumento salarial mínimo de 75 euros.

“Se formos chamados para negociações e houver uma proposta digna e justa de aumentos salariais, nós vamos levar ao plenário dos associados e analisar, discutir e aprovar, ou não, e as lutas ficam por aqui, mas se a ACIF manter a sua posição evidentemente que não haverá outro caminho para o sindicato”, concluiu.

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