A deputada do PS-Madeira à Assembleia da República considera que as audições ao presidente Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e ao presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, ocorridas hoje, mostram que as decisões erradas do Governo Regional condicionaram o combate eficaz e atempado aos incêndios que assolaram a Madeira em agosto do ano passado.
Os dois especialistas foram ouvidos na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, com o presidente da AGIF, Tiago Martins de Oliveira, a dar conta que a Madeira deveria integrar o Plano de Gestão Integrada de Fogos Rurais.
No entender de Sofia Canha, como dá conta uma nota enviada à redação, o facto de aquele responsável ter revelado que a participação da Madeira neste plano fazia todo o sentido, que seria uma oportunidade de ter acesso a outro conhecimento e que, “se houvesse uma estratégia, um plano, seria muito mais fácil”, só mostra que o Governo Regional não tomou a decisão acertada, o que, “como se viu com este incêndio e com os fogos que repetidamente têm assolado a ilha da Madeira, acabou por ter graves consequências em termos de área ardida e de populações afetadas”.
Na mesma nota, é realçado que a socialista deu ainda conta da indignação dos madeirenses perante a inércia do Governo Regional, lembrando que os dois principais responsáveis pela proteção civil na Madeira (o presidente do Governo e o secretário regional da Saúde e Proteção Civil) voltaram às suas férias no Porto Santo, enquanto a Madeira ardia. “As entidades com autoridade e responsabilidade devem dar o exemplo e ser as primeiras a reconhecer o valor da nossa floresta, se quisermos uma sociedade mobilizada na defesa do património florestal e natural coletivo”, observou, perguntando que ilações podemos retirar em termos de articulação entre os vários intervenientes para que, no futuro, haja mais eficácia no combate aos incêndios na Madeira.