O presidente do Governo Regional disse hoje que foi uma decisão “inteligente” o Presidente da República dar tempo para que as eleições legislativas regionais possam já incorporar as alterações à lei eleitoral, aprovadas hoje na Assembleia da República.
Entre as principais alterações está a regra da paridade nas listas candidatas e o voto em mobilidade, algo que Miguel Albuquerque considera ser uma “vantagem” para quem vai estar ausente da Região no dia 23 de março, mas que quer votar.
“Havia o entendimento do Presidente que era possível incorporar as medidas e acho que todas as circunstâncias são favoráveis à data de 23” de março, disse, à chegada ao Funchal, depois de ter participado no Conselho de Estado, que deu parecer favorável à realização de eleições antecipadas na Madeira, na sequência da queda do Governo no final do ano passado.
Quanto às eleições de 23 de março, disse que parte para a campanha “com humildade”, mas prometeu transmitir ao eleitorado que a Madeira não está em condições de andar a “brincar aos partidos e que precisa de governabilidade”.
Miguel Albuquerque lembrou as sucessivas eleições que têm ocorrido na Região e declarou que é necessário “concentrar os votos”. “Neste momento, é fundamental as pessoas perceberem que nós não nos podemos entender de qualquer maneira com toda a gente. E também é importante perceberem que a oposição ao PSD, sobretudo as forças polarizadas da esquerda – PS e JPP – e o Chega, estão feitos uns com os outros para desgovernar a Madeira em coligação”, disse.
Por outro lado, sublinhou que a questão da disputa interna no PSD-M ficou “resolvida”, com a decisão do Conselho de Jurisdição de considerar que o requerimento apresentado por Manuel António Correia a pedir eleições internas não reunia as condições, de acordo os estatutos, nomeadamente no número de assinaturas admissíveis.
Quanto à reação de Manuel António ao parecer do Conselho de Jurisdição, que considerou ser um “golpe palaciano de baixo nível”, Miguel Albuquerque respondeu que “não tem nenhum sentido” usar essa linguagem para “juristas eminentes”.
Voltou a dizer que está disponível para integrar dentro do PSD “o Manuel António e todos os militantes que tenham boa vontade”.
Nega que tivesse impedido a disputa interna e disse que não houve eleições internas no partido por “falta de tempo” e porque os “pressupostos têm de ser cumpridos”.