O PS-Madeira acusa o Governo Regional de, “pela segunda vez, abandonar as pessoas que foram afetadas pelos incêndios do passado mês de agosto, desta feita os agricultores, que ficam sujeitos a mais uma chantagem com o falso argumento de não ter sido aprovado o orçamento regional”.
Em reação às declarações do diretor regional de Agricultura, ontem à Antena 1, que afirmou que só quando houver um orçamento aprovado é que os agricultores poderão ser apoiados, Paulo Cafôfo denuncia “mais esta manobra deliberada do Governo do PSD para tirar proveitos eleitorais, mesmo que, com isso, prejudique ainda mais quem tanto perdeu com os incêndios que devastaram muitos terrenos agrícolas e de pastagem”.
“Esta atitude só revela a tremenda desonestidade desde Governo para com os madeirenses, no caso particular, os agricultores”, afirma o líder dos socialistas, expondo este modo de atuação “que já se tornou recorrente e transversal a todas as áreas de governação”. “O chumbo do orçamento tem sido a desculpa do Executivo de Miguel Albuquerque para fazer chantagem e sabotagem em relação a tudo. Ora é nos medicamentos que não estão disponíveis na farmácia do hospital por falta de pagamento, colocando em causa a saúde das pessoas, ora são as obras do novo hospital que o presidente do Governo ameaça fazer parar de propósito, agora são os agricultores que não receberam os apoios de que tanto precisam. Isto é inaceitável, imoral e abominável!”, dispara Paulo Cafôfo, esclarecendo que a “governação em duodécimos permite dar continuidade a todos estes processos” e que “isso só não acontece por vingança do Governo”.
“Não pode valer tudo nestas jogadas para o PSD manter-se agarrado a um poder do qual já não é digno”, diz ainda o presidente do PS-Madeira, carregando nas críticas ao Executivo por, “perante a tragédia dos incêndios, ter abandonado os madeirenses”. “Já não bastava Miguel Albuquerque e Pedro Ramos terem voltado as costas às pessoas, indo de férias para o Porto Santo enquanto a Madeira ardia, agora o Governo falha propositadamente no apoio aos agricultores”, condena.
A comprovar aquela que considera ser uma “atitude de má-fé”, Paulo Cafôfo faz notar o facto de o Governo “dizer que não será possível continuar a obra do hospital, falhar nos pagamentos às farmacêuticas, às casas de saúde mental e aos taxistas pelo transporte de doentes, mas anunciar projetos que não são prioritários neste momento”.