O Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, foi hoje condenado, mas sem punição, por pagamentos ilegais para comprar o silêncio da atriz pornográfica Stormy Daniels, com quem terá mantido uma relação extraconjugal.
A sentença do juiz Juan Merchan, pronunciada hoje durante uma audiência em Nova Iorque, condena Trump a uma “libertação incondicional”, o que não acarreta pena de prisão ou de multa nem liberdade condicional.
Participando de forma virtual na sessão, a partir da sua mansão em Mar-a-Lago, Florida, Trump descreveu o julgamento como uma “vergonha para o sistema”.
“É uma vergonha para o sistema”, denunciou o republicano, que entrará na Casa Branca dentro de dez dias como o primeiro Presidente norte-americano a ser condenado num processo criminal.
Em abril de 2024, Trump foi condenado em 34 acusações, quando ainda nem era candidato confirmado à Casa Branca. O juiz responsabilizou-o de falsificação de documentos, para ocultar um pagamento de 130 mil dólares a Stormy Daniels, para que esta não falasse de uma suposta relação extramatrimonial entre os dois ocorrida uma década antes.
O processo não prejudicou a reputação de Trump, que mesmo assim foi eleito em novembro para regressar à Casa Branca, derrotando a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris.
Participando hoje de forma virtual na sessão, a partir da sua mansão em Mar-a-Lago, Florida, Trump voltou a criticar o caso, o único dos seus quatro processos criminais que foi a julgamento e possivelmente o único que alguma vez o será.
“É uma vergonha para o sistema”, denunciou o republicano, que entrará na Casa Branca dentro de dez dias como o primeiro Presidente norte-americano a ser condenado num processo criminal.
“Tem sido uma caça às bruxas política. Foi feita para prejudicar a minha reputação para que eu perdesse as eleições e, obviamente, isso não funcionou”, declarou.
Trump chamou ao caso “uma arma do governo” e “um embaraço para Nova Iorque”.
Os promotores disseram hoje apoiar uma sentença sem pena, mas repreenderam os ataques de Trump ao sistema legal durante e após o caso.
“O outrora e futuro Presidente dos Estados Unidos envolveu-se numa campanha coordenada para minar a sua legitimidade”, disse o promotor Joshua Steinglass.
Em vez de mostrar remorso, Trump “criou desdém” pelo veredicto do júri e pelo sistema de justiça criminal, disse Steinglass, e os seus pedidos de retaliação contra os envolvidos no caso, incluindo o pedido de expulsão do juiz, “causaram danos duradouros à perceção pública do sistema de justiça criminal e colocou os oficiais do tribunal em perigo”.
O advogado Todd Blanche, que acompanhou o arguido na sessão, argumentou que “legalmente, este caso não devia ter sido apresentado”.