Prata Roque pede pressa na escolha do nome do PS a Lisboa e carta de estratégia autárquica

Prata Roque pede pressa na escolha do nome do PS a Lisboa e carta de estratégia autárquica.

O candidato à liderança da Federação de Lisboa do PS Miguel Prata Roque defendeu hoje que se apresse a escolha do nome socialista à câmara da capital e uma carta de estratégia autárquica que vincule candidatos em áreas como habitação ou segurança.

O antigo secretário de Estado Miguel Prata Roque e a eurodeputada socialista Carla Tavares disputam na sexta-feira a liderança da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS nas eleições intercalares que vão escolher o sucessor de Ricardo Leão, que se demitiu na sequência da polémica em torno da aprovação de uma recomendação do Chega na autarquia de Loures sobre despejos em habitações municipais.

Em declarações à agência Lusa, o candidato considerou que esta polémica está “absolutamente encerrada” e que não houve grande divergência quanto aos princípios do PS sobre estes temas, referindo que Ricardo Leão “reconheceu que tinha proferido afirmações infelizes e que não correspondem nem à ação da Câmara de Loures nem ao programa do PS”.

“Deve haver uma carta de estratégia autárquica que seja promovida pela FAUL que vincule todos os candidatos a autarcas do PS porque no PS há liberdade de opinião e de expressão, mas quando alguém representa o PS em qualquer órgão eleito, ele deve respeito àquilo que são os valores e a história do PS”, propõe.

Segundo Prata Roque, essa carta deverá ser “muito especifica” e apontar “caminhos claros sobre aquilo que será a visão do PS na área urbana de Lisboa sobre políticas de habitação, de transporte, de segurança, ou de educação”.

Quanto à escolha do candidato do PS à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas deste ano, o socialista considerou que “tem havido um atraso relativamente a esse processo de escolha dos candidatos”, escusando-se a comentar eventuais nomes que gostaria de ver a encabeçar essa corrida eleitoral.

“Os estatutos determinam que cabe à Comissão Política Concelhia de Lisboa fazer essa mesma escolha e portanto essa responsabilidade é de todos os militantes do PS, eu incluído. O que tenho tentado dentro do PS é fazer apressar esse processo porque acho importante que a candidata ou o candidato esteja junto das pessoas a ouvir, a mobilizar pessoas e movimentos sociais”, disse.

No entanto, Prata Roque clarificou que isto “não é de todo uma crítica ao secretário-geral do PS”, Pedro Nuno Santos, que “até é militante da distrital de Aveiro e não da distrital de Lisboa”.

“O estado de degradação e de abandono a que a cidade foi votada justifica uma condenação muito veemente pelas lisboetas. A direita que fique descansada. Unir-nos-emos em torno de uma candidata ou de um candidato que representará esse ajuste de contas com as promessas de novos tempos” [de Carlos Moedas], defendeu.

Sobre a sua candidatura à FAUL do PS, mostrou-se confiante na vitória e espera a partir de sábado iniciar o “processo de abertura e de renovação” da estrutura, elencando entre os seus apoiantes os filhos de Mário Soares, João e Isabel Soares, os ex-governantes e antigos eurodeputados Maria Manuel Leitão Marques e Pedro Silva Pereira, o deputado e antigo líder parlamentar Eurico Brilhante Dias ou a antiga candidata presidencial Ana Gomes.

“Estou mesmo determinado a que o PS recupere desse progressivo envelhecimento que tem sofrido nos últimos anos”, disse, apontando que “os partidos tradicionais como o PS têm tido muita dificuldade de comunicar”.

Considerando que a FAUL do PS “tem que passar a ter uma voz presente na sociedade civil portuguesa”, Prata Roque considerou que “as federações têm sido vistas apenas como um instrumento de escolha periódica de deputados.”

“As federações não podem servir só para isso. A principal função da FAUL do PS é garantir que há planeamento, que há ordenamento do território, política metropolitana de transportes”, defendeu.

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