Em comunicado, o Iniciativa Liberal vinca que “não tem, ainda, uma posição definida sobre a conhecida como Estrada das Ginjas”, no entanto, afirma que “coisas feitas desreguladamente e sem sentido, nos empurram numa determinada direção”.
“Independentemente de tudo, há coisas com que não pactuamos. E esta incúria é uma delas. A decisão tomada pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) de intervir no Caminho das Ginjas na passada semana é, a olhos vistos, um ato de desconsideração brutal e impensada com o ecossistema único da floresta Laurissilva. A justificação apresentada — garantir acessibilidade para prevenção de incêndios e o controlo de espécies invasoras — não passa de um véu que mal consegue encobrir a verdadeira natureza destrutiva desta ação. Não é preciso ser um especialista para perceber que a utilização de buldózeres numa área de tal sensibilidade ecológica é uma decisão temerária e irresponsável, que mostra um profundo desrespeito pela biodiversidade que a própria IFCN deveria proteger”, expressa Nuno Morna.
O candidato pelo IL aponta que as palavras da secretária Regional de Agricultura, Rafaela Fernandes, “ao referir que a intervenção está alinhada com a Estratégia de Defesa da Floresta Contra Incêndios, parecem irónicas quando confrontadas com o método de ‘limpeza’ adotado”.
“Arrancar indiscriminadamente flora local, sem qualquer critério aparente, não é um método de defesa, mas sim de ataque — um ataque à própria essência da floresta que deveria ser preservada. Esta ação não é mais do que uma demonstração clara de uma gestão ambiental míope, que escolhe a conveniência temporária em detrimento de soluções sustentáveis de longo prazo. É impossível ignorar o momento suspeito desta intervenção. À medida que se aproximam as eleições regionais, esta é tão-só mais uma manobra política para iludir o eleitorado de São Vicente, pois tudo ficará por aqui. A presença da polícia florestal e as restrições à circulação podem até dar um ar de seriedade e vigilância, mas não passam de um pano de fundo para uma cena onde a verdadeira protagonista é a destruição insensata”, acrescenta.
“O que está a acontecer no Caminho das Ginjas é um espetáculo lamentável de gestão ambiental, uma intervenção desastrosa que não só compromete a integridade atual da floresta Laurissilva, mas também a sua viabilidade futura. É imperativo questionar e responsabilizar aqueles que escolhem ignorar o delicado equilíbrio de um dos mais ricos ecossistemas do mundo em nome de estratégias políticas de curto prazo. A natureza, uma vez violada, não oferece segundas hipóteses”, aponta Nuno Morna.
O candidato termina assinalando que “as máquinas que esventraram a montanha das Ginjas e dilaceraram a Laurissilva desta lindíssima parte da Madeira, foram cofinanciadas por PRODERAM 2020, Secretaria Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Portugal 2020, Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural, conforme se pode verificar numa das fotografias que juntamos”.
“São os dinheiros comunitários para estas coisas?”, questiona.