‘Sabores no Museu’ revelam “água de bacalhau”

Segunda iniciativa do projeto promovido pelo Museu Etnográfico da Madeira em conjunto com a Associação Atremar a Ilha decorre a 20 de agosto.

É já no próximo dia 20 de agosto, pelas 11h30, que se realiza no Museu Etnográfico da Madeira (MEM), espaço tutelado pela Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura, através da Direção Regional da Cultura, a segunda iniciativa do “Sabores no Museu”.

Este projeto turístico-cultural, promovido pelo MEM em parceria com a Associação Atremar a Ilha, trata-se de uma experiência gastronómica, aliada à exploração museológica da cultura popular da Região. Pretende valorizar e dar a conhecer as coleções do museu e a gastronomia tradicional genuína, procurando preservar testemunhos do nosso património cultural material e imaterial, que nos identificam e distinguem, culturalmente.

Proposto pela Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura e tendo merecido o seu apoio, através de um protocolo de cooperação e desenvolvimento cultural, estabelecido com aquela associação cultural, estas oficinas têm lugar na terceira semana de cada mês, entre os meses de julho e novembro de 2024 e destinam-se a todos os visitantes, com um número limite de 50 participantes, sendo que o segundo evento terá lugar no dia 20 de agosto, pelas 11h30.

Após uma visita guiada ao museu, os grupos poderão usufruir de uma oficina de culinária tradicional, orientada por Sandra Cardoso, mais conhecida como a “Biqueira”. Da oficina, faz parte a exibição de um pequeno filme, sobre o prato a ser confecionado, contextualizando-o, culturalmente, seguindo-se de uma prova, neste caso, da tradicional “água de bacalhau”.

Como referiram os responsáveis da Associação Cultural Atremar a Ilha, “foi na Boaventura, com a senhora Hermínia Sé, que recolhemos esta receita da Água de Bacalhau. Hermínia Sé aprendeu a cozinhar por voltas dos 10 anos, reproduzindo os gestos e ensinamentos que lhe eram passados pela sua mãe e a sua avó. Desenvolveu o gosto pela cozinha e nos dias de hoje continua a preservar os comeres da tradição. Noutros tempos, em sua casa, as sopas eram um comer de todos os dias e esta receita era reservada para dias especiais, aos domingos ou em dias de aniversário.”

As inscrições deverão ser efetuadas, previamente, através dos contatos museuetnografico@gmail.com e/ou 291 145 326

Quem é a Biqueira e a Atremar a Ilha?

A Biqueira começou a andar de roda das panelas já em buzica. Aprendeu com a suas avós receitas do antigamente e hoje quer amostrar a amecês como a comida madeirense é gostosa, e como não é preciso muito para pôr um biqueiro “a lamber ui beiços”.

Atremar a Ilha é uma Associação Cultural e Recreativa, sem fins lucrativos, que tem como missão recolher, divulgar e promover as tradições rurais da Região Autónoma da Madeira. Segundo os seus responsáveis, “querem, através da gastronomia regional, reavivar tradições e costumes que fazem parte do que é ser madeirense.”

Os pequenos documentários que serão apresentados nestes eventos, resultam do levantamento de receitas familiares, que incluem “histórias de vida” e visam registar e perpetuar o património gastronómico da ilha e a identidade de povo ilhéu.

No seu conjunto, constituem um arquivo digital do receituário tradicional madeirense, que ao ser disponibilizado ao público por esta associação, irá contribuir para que as gerações atuais e futuras, se conectem com a herança culinária da Região.

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