Com eleições internas à vista, na Iniciativa Liberal, depois do anúncio de Nuno Morna de renunciar ao cargo, como noticiou ontem à noite o JM online, Duarte Gouveia assume que será candidato à coordenação do partido na Região.
Em nota de imprensa, o candidato lembra que: “Sou o membro 113 da Iniciativa Liberal e estou aqui desde o início. Já tinha sido coordenador entre 2019-2021, e já tinha sido vice-coordenador no restante tempo de existência da IL-Madeira, até janeiro deste ano de 2024, altura em que saí, por não concordar com o rumo escolhido”.
Assim, marcando o regresso seis meses depois para “retomar o sonho de uma Iniciativa Liberal de sucesso”, Duarte Gouveia define “três linhas de força”: “Ser Genuinamente Autonomista, Ser Liberal em Toda a Linha (Pilar Económico, Político e Social) e Ser Profundamente Reformista”.
No comunicado, o liberal escreve ainda que “nenhum partido terá grande sucesso na Madeira se não se identificar genuinamente com o profundo sentimento autonomista da nossa gente. Infelizmente, os últimos tempos têm mostrado, em vários partidos incluindo a IL, uma subserviência à estratégia nacional, ignorando as nossas idiossincrasias, o que é o contrário do ser autonomista”.
Nas críticas ao interior da Iniciativa Liberal coordenada por Nuno Morna, o candidato a sucessor recorda que “sempre dissemos que não somos de esquerda ou de direita. Somos Liberais! Infelizmente deixaram que nos rotulassem de direita. Existem liberais em muitos partidos e a IL sempre quis ser a Casa Comum de todos os Liberais.
Ser Liberal é querer que todos possam maximizar a sua liberdade de escolha. Isso consegue-se com mais economia, com mais desenvolvimento, com menos impostos, e com um Estado (Nacional, Regional e Local) focado em fazer bem, e ao nível adequado, o que mais ninguém pode fazer de forma mais eficiente. Num pequeno arquipélago no meio do Atlântico, o que deve competir ao Estado é bastante mais amplo do que em espaços territoriais mais interligados, pelo mero efeito da escala e da distância. Isso justifica as configurações distintas de políticas e a própria autonomia”.
E continua: “vemos um cenário político onde predominam líderes conservadores e com falta de criatividade e nós queremos políticas reformistas e imaginativas. A Autonomia não avança sem vontade de progredir e reformar, por exemplo, no pilar político, num Regime Fiscal Próprio, numa reforma Constitucional e no Estatuto Político Administrativo”.
A concluir, Duarte Gouveia escreve que o voto na IL “deve ser útil à Madeira, promover o desbloqueio pelo diálogo e não o bloqueio político pela intransigência. Temos de apoiar a crescente vontade de mudança política na Madeira, mas também garantir governos com a estabilidade necessária para promover reformas, que na nossa perspetiva, devem ser reformas liberais, como acima caracterizadas. Quem em 2023 prometeu demitir-se se não tivesse maioria, deve cumprir o que prometeu. Mas quem se limita a olhar para uma das metades do hemiciclo, só consegue ver metade das possíveis soluções”.