Inaugurou esta sexta-feira, no átrio do Arquivo e Biblioteca da Madeira (ABM), a exposição ‘50 Anos da Revolução de Abril na Madeira: Um percurso pela Coleção de Folhetos Políticos do Arquivo e Biblioteca da Madeira’.
A assinalar os 50 anos da Revolução dos Cravos, esta coleção, que pode ser vista no átrio do ABM até ao final de outubro, reúne um total de 1.233 folhetos descritos e digitalizados (4.305 réplicas digitais) de natureza política, propagandística e de divulgação de atividades desenvolvidas no arquipélago da Madeira por uma série de coletividades pró-independência e/ou pró-autonomia, bem como por movimentos operários, sindicais, estudantis e partidários, durante o conturbado período político-revolucionário subsequente à Revolução dos Cravos de 1974 e até 1980.
A inauguração contou com a presença do secretário regional de Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, que salientou que a exposição demonstra que “não foi o facto de estarmos limitados como sociedade à liberdade” que impediu que “cada um, no seu pequeno espaço de ação, pudesse agir por essa grande aspiração”.
A forma criativa como cada indivíduo expressava a liberdade que guardava no seu interior revela-se na propaganda “riquíssima no grafismo, na mensagem e no risco que a mesma tinha ao ser tornada pública”, que manifesta que “a liberdade é um espaço primeiro interior, e depois então exterior”.
Os exemplares aqui patentes são “registos culturais do maior interesse”, por serem a “expressão da criatividade de muitas mulheres e muitos homens que fizeram a diferença para que hoje possamos estar aqui desta forma livre”, acrescentou o governante.
A inauguração foi seguida de uma mesa-redonda moderada por José Vieira Gomes, diretor de serviços de Gestão e Tratamento de Arquivos da DRABM, com a presença dos investigadores Paulo Rodrigues, Bernardo Martins e Fernando Pimenta, além da bibliotecária do ABM, Patrícia Velosa.