Apagões: Engenheiros recomendam maior autonomia dos sistemas críticos da Madeira

A Região Madeira da Ordem dos Engenheiros defende que os sistemas críticos da RAM devem merecer maior investimento na autonomia, na capacidade de resposta e na implementação de mecanismos próprios de resiliência.

Para isso, os engenheirs recomendam a modernização das estruturas elétricas, investimento em tecnologias avançadas, formação contínua, sensibilização pública e da cooperação institucional.

Esta foi a principal conclusão de uma conferência, intitulada ‘Anatomia de Sistemas Elétricos – Apagões e outros Jargões’, realizada no âmbito do ciclo ‘Conversas com a Sociedade 2025-2028’.

De acordo com um comunicado divulgado hoje, “a RAM está dotada de sistemas elétricos isolados, de pequena dimensão, que devem ser forçosamente robustos, razão pelo qual operador do sistema tem vindo a investir fortemente em infraestruturas modernas, energias renováveis, baterias, compensadores síncronos”.

Numa outra conclusão, lê-se que a Madeira é um “laboratório de inovação” excecional para testar tecnologias e soluções para prevenir e mitigar apagões.

A cultura de segurança e uma cadeia de comando bem definida e treinada são cruciais para dar resposta em emergências, mas o investimento em cibersegurança é frequentemente insuficiente, sendo visto como um custo em vez de uma prioridade. É outra constatação.

Acrescenta a Ordem que a modernização das redes, associada à descarbonização, requer uma abordagem integrada de prevenção, com políticas que promovam a robustez face a eventos climáticos extremos.

O evento reuniu especialistas e profissionais do setor energético para debater a resiliência dos sistemas elétricos da Região Autónoma da Madeira (RAM), abordando desafios técnicos, riscos e soluções futuras, numa conferência aberta à sociedade em geral com o intuito de promover a literacia técnica sobre o tema.

Tendo como mote o apagão ibérico de abril de 2025, os participantes discutiram fragilidades, causas técnicas e a urgência de dotar o sistema de maior resiliência, repensando as políticas de operação de redes elétricas com fundamentos puramente económicos.

Analisaram também a capacidade de resposta dos sistemas críticos da RAM face aos apagões, eventos climáticos extremos e os riscos crescentes de ciberataques.

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