A Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM, SA), tutelada pela Secretaria Regional da Economia, quer monitorizar e acompanhar o nível de emissões de gases emitidos pelos navios que escalam na Região.
A ideia foi transmitida esta semana pela presidente da APRAM, Paula Cabaço, durante o Porto Maritime Week, e vai custar cerca de 125 mil euros. A conferência, promovida pela revista ‘Transporte & Negócios que reúne ao longo da semana, no Porto de Leixões, especialistas nacionais e internacionais do setor marítimo-portuário.
Intervindo num painel dedicado à estratégia dos portos nacionais, Paula Cabaço, destacou a importância de reforçar a competitividade dos portos regionais, através da realização até 2030 de um conjunto de investimentos infraestruturais no Porto do Caniçal, orçamentados em cerca de 20 milhões de euros, mas não esqueceu os desafios ambientais que o setor enfrenta, ao nível da descarbonização e transição digital.
“Estamos neste momento a desenvolver o ‘Plano Ambiental do Porto do Funchal’, que vai permitir monitorizar de forma integrada os consumos de água, de eletricidade e de combustíveis, bem como registar parâmetros relacionados com a qualidade do ar e da água na bacia portuária, e ao mesmo tempo contabilizar as emissões dos gases com efeito de estufa”, explicou a presidente do conselho de administração da APRAM, que decidiu alargar os critérios de análise para comportar também toda a informação relativa aos gases emitidos pelos navios que estão em porto.
“Levamos muito a sério o nosso compromisso com o ambiente e a sustentabilidade, daí pretendermos monitorizar de forma integrada os indicadores ambientais, para que possamos planear medidas de mitigação de possíveis impactos decorrentes das nossas operações”, sublinhou Paula Cabaço, dizendo que o ‘Plano Ambiental’ será um instrumento valioso para a tomada de decisões, sem comprometer a atividade económica dos portos madeirenses.
Ao avaliarmos o impacto ambiental da operação portuária – continuou Paula Cabaço –, estamos a trabalhar na definição de estratégias de redução de emissões, contribuindo assim para o cumprimento dos compromissos climáticos da União Europeia. Noutro plano, no da carga marítima, a presidente da APRAM destacou a importância para a Região do Porto do Caniçal, por onde entram 95% dos bens e mercadorias que chegam à Madeira.
“É uma infraestrutura crítica, pelo que temos de garantir condições de operacionalidade sobretudo quando se verifica que as descargas de mercadoria têm vindo a aumentar ao longo destes últimos cinco anos. Muito ‘à custa’ do movimento de carga contentorizada”, disse projetando até 2030 um investimento de 20 milhões de euros na modernização das infraestruturas do Porto do Caniçal.