O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, refutou numa carta endereçada ao homólogo norte-americano, Donald Trump, hoje divulgada, as acusações de tráfico de droga de que é alvo e convidou-o a “preservar a paz através do diálogo”.
Os Estados Unidos enviaram navios de guerra e um submarino de propulsão nuclear para as Caraíbas, oficialmente no âmbito de uma operação antidroga.
Washington afirma ter destruído pelo menos três barcos de supostos traficantes de droga em águas próximas da Venezuela, matando uma dezena de pessoas.
Na carta, datada de 06 de setembro e tornada pública pela vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, Maduro afirma que as acusações feitas pelos Estados Unidos sobre “ligações” do poder “a máfias e gangues de traficantes de droga” são “absolutamente falsas”.
“Esta é a pior das ‘fake news’ que já foram lançadas contra o nosso país para justificar a escalada para um conflito armado”, escreveu o Presidente venezuelano.
“Como mostram os dados da ONU e de outras organizações que podem ser corroborados pelas vossas próprias agências de serviços secretos, 87% da droga produzida na Colômbia sai [do país] pelos portos do Pacífico; 8% pela península de La Guajira, no norte da Colômbia; e apenas se tenta transportar 5% pela Venezuela”, sublinhou, garantindo que o seu país é um “território livre de produção de drogas”.
Segundo Maduro, este ano, a Venezuela “já neutralizou e destruiu mais de 70% dessa pequena percentagem de droga que tenta atravessar esta vasta fronteira de mais de 2.200 quilómetros com a Colômbia”.
“Senhor Presidente, espero que juntos possamos vencer essas ‘notícias falsas’ que perturbam uma relação que deve ser histórica e pacífica (…) convido-o a preservar a paz através do diálogo e da compreensão em todo o hemisfério”, concluiu o chefe de Estado venezuelano.
Os Estados Unidos acusam Maduro de ligações com o tráfico de droga e ofereceram uma recompensa de 50 milhões de dólares (42,5 milhões de euros) por qualquer informação conducente à sua captura.
Maduro sempre negou veementemente tais acusações, denunciando um “plano imperialista” que visa derrubá-lo e apoderar-se dos seus recursos naturais. A Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do planeta.
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou tratar-se de uma “guerra não-declarada”, garantindo que as Forças Armadas estão prontas para responder a uma eventual intervenção norte-americana.