Desde 2013 que a pequena frase “pelas pessoas” tem-me acompanhado, sempre com muito sentido. Os pensamentos e as ações de um autarca, esteja ele no poder executivo ou numa Assembleia, têm de estar sempre focados nas pessoas. Já escrevi diversas vezes sobre essa temática, mas, estando nós a menos de 3 semanas das eleições para as autarquias locais, nunca será demais relembrar, principalmente a todos aqueles que agora são candidatos, qual deve ser o foco de um autarca. Acrescentar valor às pessoas, ao território, às forças vivas locais.
Ao fim de 12 anos de serviço público, 8 no poder executivo e 4 na oposição, dou por encerrado este capítulo da minha vida, passando à condição de mero freguês, mero munícipe. Foram 12 anos intensos, sempre dedicado à minha freguesia e atento à minha cidade. É tempo de dar o lugar a outros, é tempo de correr sangue novo, numa luta que terá de ser sempre intensa e muito dedicada. Não podemos aceitar ter autarcas que não acreditam na sua freguesia ou no seu município, que não acreditam que são capazes de transformar, de melhorar, que não têm a disponibilidade para estar presente quando o dever chama, e acreditem, esse dever não tem fins de semana, não tem feriados, porque quando as pessoas precisam, um autarca não pode hesitar, não pode falhar, tem de saber dizer e estar presente.
Mais afastado dos palcos onde decorrem as campanhas eleitorais, vou assistindo ao rol de promessas e compromissos que algumas das candidaturas vão apresentado, principalmente na minha cidade. Olho também para o trabalho executado nestes últimos 4 anos e comparo.
Há compromissos para todos os gostos, há preocupações de candidatos que são dignas de um almanaque, como por exemplo a preocupação do cabeça de lista do Chega com a “proliferação de casas de massagens asiáticas!” Será esta uma preocupação dos funchalenses? E se está assim preocupado, porque não solicita à (sua) ARAE a fiscalização? Haja paciência!
Temos também o ex-secretário regional da educação, candidato pela coligação PSD/CDS a prometer espaços verdes numa doca de autocarro, por baixo de um estacionamento! A sério? Acha que é mesmo o local mais indicado para um espaço de lazer para a população? É essa uma das grandes preocupações dessa coligação? Sr. Candidato, bem sabemos que sempre cumpriu com as ordens do chefe para gerir a secretaria da educação, mas, para um município com a dimensão do Funchal, acatar ordens não chega, convém ser um pouco melhor, convém ter ideias para a cidade, um fio condutor e não ideias avulsas! A navegação à vista não é um sinal de competência, lançar ideias estapafúrdias a ver se colam, só mostram impreparação. Acreditem, o Funchal precisa de melhor e o PSD mostrou claramente nos últimos 4 anos que não é capaz. A cidade regrediu.
Hoje podemos comparar a cidade que o PS deixou em 2021 com a cidade que o PSD agora deixa em 2025. A cidade está pior, está mais suja, com um trânsito muito mais caótico, com o problema da habitação a se agravar a cada dia que passa. Nos últimos 4 anos, salvo a continuidade de alguns processos que vinham de trás e que foram finalizados neste mandato como por exemplo a recuperação do polo cultural no antigo matadouro ou a central de inteligência da cidade, o SIGMA, pouco mais foi feito. Não deixam grande obra, não melhoraram a vida das pessoas, nem deixam trabalho para o futuro. Perderam milhões de financiamento para a habitação, e até permitiram alojamentos locais em prédios financiados a custos controlados, tão essenciais para as nossas famílias. Foram 4 anos deitados no lixo e ainda conseguiram regredir.
Porque a cidade precisa de recuperar a sua qualidade de vida, pelas pessoas, eu já fiz a minha escolha, eu voto PS.
Duarte Caldeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas.