No programa ‘Plaza com…’, Rui Coelho fez um balanço aos primeiros seis meses à frente da Associação de Futebol da Madeira, tendo deixado algumas ideias sobre como considera que a modalidade deve crescer de forma sustentável e em qualidade.
“Estes primeiros seis meses serviram para perceber como a casa funciona, o que é preciso mudar. É preciso dar o seu tempo para começarmos a implementar os nossos métodos”, disse o presidente da Associação de Futebol da Madeira.
Rui Coelho frisou que esta fase de transição era necessária depois de uma liderança de Rui Marote, que durou 42 anos.
Lembrando que apresentou um programa eleitoral bastante ambicioso, Rui Coelho ressalvou que o verdadeiro impacto da mudança ainda está para chegar.
“A procissão ainda nem saiu ao adro, ainda não começámos”, apontou. “Estamos a imprimir algum ritmo, mas este é ainda um período de conhecimento. Estamos ainda numa fase embrionária. O que vamos imprimir dentro de mais quatro ou cinco meses permitirá atingir a velocidade de cruzeiro para alcançar aquilo a que me comprometi.”
O dirigente indicou que um dos principais desafios ao futebol madeirense é a limitação em termos de infraestruturas desportivas e sublinhou como esse facto obriga a repensar estratégias e visões de crescimento.
“O futebol, só por si, é chamativo. Temos cada vez mais atletas, mais jovens que querem jogar futebol. E todos os dias sou confrontado com um problema de infraestruturas. Por isso, eu entendo que devemos crescer com sustentabilidade e fundamento, porque as infraestruturas são as mesmas. Termos mais quantidade não é sinónimo de qualidade”, realçou.
Questionado sobre se o número de recintos para a prática de futebol na Madeira é suficiente, Rui Coelho preferiu abordar o tema sob outra perspetiva, notando que há um desfasamento entre o horário escolar e o horário da prática desportiva: “A carga que temos das 18h às 23h é muito acentuada.”
“Há campos em todos os concelhos, mas, durante o dia, os jovens estão em formação escolar e não na formação desportiva, a treinar. Quando estão livres, há uma carga muito acentuada nesse horário”, continuou, vincando que “acabar um treino às 23 horas para um juvenil, que depois no dia a seguir tem aulas” é uma realidade que merece ser repensada.
Ainda sobre o tema, Rui Coelho acrescentou que “só se pode crescer com mais infraestruturas” , lembrando que não há campos municipais no Funchal, e apontando que o Campo Adelino Rodrigues, no antigo Liceu, acaba por ser “sobrecarregado”.