A candidatura do PS à Câmara Municipal de Santa Cruz assume a “cultura como uma das suas prioridades”, apresentando como um dos desígnios centrais a recuperação do Café Relógio, na Camacha, para “devolver ao concelho um espaço emblemático e com profundo valor identitário.”
O candidato socialista, Pedro Diniz, propõe que o edifício seja adquirido pelo município e transformado num polo cultural multifuncional, devendo ali nascer o Museu do Vime e do Folclore, uma sala para espetáculos e ainda as futuras instalações da Junta de Freguesia da Camacha.
“A Camacha respira cultura. Respira folclore, e respira vimes. São estas as raízes que nos distinguem e que não podemos deixar perder”, sublinha Pedro Diniz, defendendo um museu vivo, onde visitantes e, sobretudo, as novas gerações possam contactar diretamente com as tradições locais, experienciá-las e compreendê-las como parte fundamental da identidade madeirense.
O candidato à presidência da Câmara de Santa Cruz alerta que a arte dos vimes, outrora símbolo da freguesia e da Madeira além-fronteiras, encontra-se hoje em risco de desaparecimento e critica o abandono do setor, quer por parte do Governo Regional, quer pela autarquia liderada pelo JPP, lamentando a falta de apoios aos artesãos e a ausência de medidas para manter o cultivo da matéria-prima. “O resultado é o progressivo desaparecimento desta arte secular, obrigando os poucos artesãos que ainda resistem a importar vime para poderem trabalhar”, adverte.
Pedro Diniz frisa que está em causa a valorização das raízes e da memória coletiva do povo madeirense. “O que diferencia a Madeira como destino turístico é precisamente o que lhe é único: a sua história, a sua cultura e as suas tradições”, afirma.
Apesar de reconhecer que esta é uma competência do Governo Regional, o candidato socialista considera que, perante a inação do Executivo, compete ao município assumir a responsabilidade de proteger e projetar o património cultural. O objetivo passa por criar, no Café Relógio, um espaço vivo de transmissão cultural, onde seja possível assistir à manufatura da obra de vimes e participar no tradicional “Bailinho da Madeira”, preservando e promovendo a identidade da Camacha e de todo o concelho de Santa Cruz.