No seu derradeiro dia como secretário regional da Educação, Ciência e Tecnologia, Jorge Carvalho disse hoje, numa visita a um estabelecimento escolar de Machico, que cessa funções, 10 anos depois, com “um balanço muito positivo e essa noção é cimentada, acima de tudo, nos indicadores da educação, que ao longo destes dez anos conseguimos em todos uma melhoria muito significativa”.
E nessa matéria, o governante referencia “a taxa de abandono precoce, que quando chegámos há dez anos situava-se nos 23,4% e hoje está à volta dos 8%. Portanto foi um progresso extraordinário desse ponto de vista”.
“E outros dois aspetos que nos parecem também bastante relevantes, porque foram compromissos que iam além de uma legislatura, a recuperação integral do tempo de serviço dos professores, que ficou concluída em janeiro deste ano, e o processo de transição digital, em que também neste ano letivo fica concluído”, acrescentou Jorge Carvalho.
Com isto, na Região, agora “todos os alunos do 5.º ao 12.º ano passam a utilizar manuais digitais e isso tem, além de um aspeto funcional, ou seja, aliviar o peso das mochilas dos nossos alunos, tem também uma outra componente muito importante, que é o facto de proporcionarmos uma imersão na tecnologia aos nossos alunos, sabendo que as competências digitais serão fundamentais para o desafio que esta geração vai ter que encontrar enquanto cidadãos ativos na nossa sociedade”.
Este ano letivo, que agora arrancou, voltou a ser marcado pela normalidade, segundo o (ainda) secretário regional. “Nós temos praticamente todos os professores colocados, todas as escolas estão em pleno funcionamento. Temos apenas alguns ajustamentos a fazer, fruto de algumas baixas médicas, quando estamos a falar de processos de substituição, porque para os horários que foram disponibilizados pelas escolas, colocámos todos os professores que foram solicitados”, explana.
A nível destas substituições, “temos duas ou três disciplinas onde poderemos ter alguma dificuldade, mas em praticamente todas as disciplinas mantemos ainda uma reserva de recrutamento, portanto a qualquer momento podemos satisfazer as necessidades que venham a ocorrer no presente ano letivo”.
Num olhar meramente a nível pessoal, na despedida, Jorge Carvalho releva que não o invade qualquer sentimento especial e que sai com uma (sua) certeza de dever cumprido. “Temos, em funções públicas, a noção de que cumprimos a nossa missão, a noção de que saímos com o dever cumprido é algo que nos deixa extremamente agradados. Por outro lado, quem exerce funções públicas, seja por via da eleição, seja por via da nomeação e, no meu caso particular, já há algumas décadas, nós estamos sempre preparados para o adeus, porque sabemos quando entramos, mas por vezes não sabemos quando saímos, esta saída é por uma opção, mas, como referi, saímos com o dever cumprido”, disse.
Elsa Fernandes, a sua sucessora, toma posse segunda-feira, às 16h00., consumando-se, então, a efetiva passagem de poderes.