Médio Oriente: Benny Gantz anuncia a sua demissão do governo israelita

O centrista Benny Gantz, membro do gabinete de guerra israelita, anunciou hoje a sua demissão do governo.

A decisão não põe em causa a sobrevivência da coligação governamental liderada por Benjamin Netanyahu, que ainda controla uma maioria parlamentar, mas pode deixá-lo mais isolado e dependente dos aliados de extrema-direita.

Gantz, um popular ex-chefe militar, juntou-se ao governo de Netanyahu logo após o ataque do Hamas em território israelita, no dia 07 de outubro de 2023, numa demonstração de unidade.

A demissão ocorre depois de Benny Gantz ter lançado um ultimato a Netanyahu sobre o futuro de Gaza depois da guerra em curso.

”Netanyahu está a impedir-nos de avançar para uma verdadeira vitória. É por isso que deixamos hoje o governo de emergência com o coração pesado, mas sem arrependimentos”, afirmou Gantz numa declaração na televisão, apelando à convocação de eleições antecipadas.

Ministro sem pasta no atual governo, Gantz é considerado o favorito para formar uma coligação no caso da queda do governo de Netanyahu e de eleições antecipadas.

O antigo chefe militar lançou um ultimato a Netanyahu no passado dia 18 de maio ao exigir que fosse adotado pelo gabinete de guerra um “plano de ação” sobre o futuro da Faixa de Gaza após a guerra e ameaçando que deixaria o governo se isso não acontecesse. Fixou o dia 8 de junho como prazo limite.

No sábado, o primeiro-ministro israelita apelou a Gantz para não se demitir em nome da “unidade”.

O conflito armado em Gaza foi desencadeado após um ataque do movimento palestiniano Hamas em território israelita, no dia 07 de outubro do ano passado, que fez 1.200 mortos. Cerca de 250 pessoas foram levadas como reféns para Gaza.

Israel retaliou com uma campanha militar de grande escala em Gaza que até agora fez mais de 36 mil mortos, de acordo com o balanço das autoridades do Hamas.

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