Venezuela envia barcos de guerra face à presença militar dos EUA

A Venezuela anunciou hoje que enviará barcos de guerra e drones para patrulhar as suas águas territoriais face à presença militar dos EUA, que enviou para as Caraíbas navios lança-mísseis e fuzileiros, numa alegada operação contra o narcotráfico.

O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, num vídeo divulgado nas redes sociais.

“Teremos um importante destacamento de drones com diferentes missões, pontos de atendimento ao cidadão, pontos de exploração e vigilância, pontos e percursos fluviais com infantaria naval por todos os rios, especialmente no Catatumbo, que desaguam no Golfo da Venezuela, patrulhas navais no Lago Maracaibo e no Golfo da Venezuela e navios de maior porte mais ao norte em nossas águas territoriais”, disse.

Vladimir Padrino López precisou que “os comandantes das unidades que estarão envolvidas receberão em breve a ordem” de avançar com a operação.

“Este é um planeamento muito rápido, pois conhecemos o território, conhecemos as condições geográficas e as características dos grupos terroristas, armados, narcotraficantes que operam na fronteira e que pretendem passar para o território venezuelano”, disse.

Em 18 de agosto de 2025, Nicolás Maduro ordenou a deslocação de 4,5 milhões de milicianos por todo o país, depois dos Estados Unidos terem duplicado para 50 milhões de dólares (43 milhões de euros) a recompensa por informações que possam conduzir à sua detenção.

No dia seguinte, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Washington está preparado para “usar todo o seu poder” para travar o “fluxo de drogas para o país”, o que inclui o envio de navios e de soldados para águas próximas da Venezuela.

Esta sexta-feira, o Presidente da Venezuela acusou os Estados Unidos de procurarem uma “mudança de regime” de forma “terrorista e militar”, referindo-se ao envio por Washington de navios militares.

“O que ameaçam tentar fazer contra a Venezuela, uma mudança de regime, um golpe terrorista e militar, é imoral, criminoso e ilegal”, afirmou o Presidente num discurso no parlamento venezuelano, em Caracas, transmitido obrigatoriamente pelas redes de rádio e televisão do país.

De acordo com a CNN, os Estados Unidos começaram a enviar 4.000 fuzileiros para as águas da América Latina e Caraíbas para combater os cartéis de tráfico de drogas, para além de reforçarem a presença militar na região com aviões-radar e três contratorpedeiros com capacidade antimíssil.

Na quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou aos Estados Unidos e à Venezuela para que “resolvam as diferenças por meios pacíficos”.

Hoje, o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, anunciou que se reuniu com o coordenador residente da ONU em Caracas, Gianluca Rampolla, a quem a Venezuela pediu a intervenção de António Guterres.

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