O deputado Francisco Gomes denuncia que Portugal está a ser utilizado por milhares de burocratas paquistaneses para lavar milhões de euros obtidos através de corrupção e atividades ilícitas.
Segundo o parlamentar, estas operações passam pela aquisição de propriedades no país, não apenas para investir dinheiro de origem criminosa, mas também para obter nacionalidade portuguesa, permitindo, se necessário, uma fuga a acusações e processos judiciais que possam enfrentar no Paquistão.
O deputado do Chega alerta que este é “um dos maiores escândalos de corrupção” da atualidade e que o mesmo continua a acontecer “à vista de todos”. Francisco Gomes afirma que a comunicação social portuguesa permanece em silêncio e que as autoridades nacionais não estão a tomar medidas eficazes para travar a entrada de dinheiro que diz ser “sujo e corrupto” no território nacional com o objetivo de obter nacionalidade.
O parlamentar também afirma dispor de informações que indicam que entre sete mil e onze mil burocratas paquistaneses já concretizaram este tipo de operações.
“É inaceitável que Portugal esteja a ser transformado num paraíso para corruptos internacionais. Estamos a falar de milhares de indivíduos que compram casas com dinheiro sujo e garantem passaporte português para escapar à justiça. O silêncio das autoridades e da comunicação social é cúmplice desta vergonha nacional!”, disse Francisco Gomes, deputado na Assembleia da República.
Francisco Gomes salienta que a gravidade do caso não se limita ao impacto económico, mas envolve o que diz serem riscos para a segurança nacional. Nesse sentido aponta que, segundo as informações que dispõe, muitos dos burocratas paquistaneses envolvidos no esquema poderão estar ligados a movimentos radicais islâmicos.
Para Francisco Gomes, a conjugação de corrupção de alto nível com potenciais ligações a redes extremistas cria um cenário explosivo que não pode ser ignorado pelas autoridades nacionais.
“Não estamos apenas a permitir que dinheiro corrupto entre no país. Estamos também a abrir a porta a redes radicais que representam uma ameaça à segurança nacional. Este caso é grave demais para ser ignorado e exige ação por parte do governo português, que confio que já esteja na posse de alguma desta informação”, apontou.
O Chega considera que o escândalo da alegada lavagem de dinheiro paquistanês revela ainda mais fragilidades nos mecanismos de verificação da origem dos investimentos estrangeiros em Portugal. Também por isso, o partido defende a revisão das regras que permitem a aquisição de nacionalidade através de investimento imobiliário e a criação de um sistema de rastreio rigoroso para impedir que Portugal seja usado como refúgio para criminosos.