A proteção civil registou hoje 59 novos focos de incêndio e existem cinco fogos mais preocupantes, nas zonas de Arganil, Sabugal, Mirandela, Montalegre e Carrazeda de Ansiães, que mobilizam mais de 2.700 operacionais.
“Neste momento temos cinco ocorrências que apresentam uma maior preocupação, algumas delas que já vêm de dias anteriores”, com destaque para o caso de Piódão (Arganil) que “também já passou para o distrito de Castelo Branco”, disse segundo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, José Ribeiro.
Além de Piódão, as autoridades estão preocupadas com os fogos que tiveram origem na aldeia de Santo António (Sabugal), Valverde da Gestosa (Mirandela, que tem uma frente ativa em Vila Flor), Vilar de Perdizes (Montalegre), que é a continuação de um fogo iniciado na Galiza e Selores (Carrazeda de Ansiães).
No total estas cinco ocorrências “movimentam 2.709 operacionais, apoiados por 902 veículos e 35 meios aéreos”, explicou José Ribeiro.
O segundo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil indicou ainda, em conferência de imprensa, que até às 17:00 de hoje foram registadas “um total de 59 novas ocorrências, que envolveram um total de 1.288 operacionais, apoiados por 342 meios terrestres e tivemos até ao momento um total de 139 missões aéreas”.
“Em paralelo, mantemos em resolução um total de 48 ocorrências, sendo que estas ocorrências, apesar de estarem em resolução, exigem a presença de 1.309 operacionais, apoiados por 403 veículos e ainda com o apoio de dez meios aéreos”, acrescentou o dirigente.
José Ribeiro deixou uma “palavra de profunda solidariedade a todos os concidadãos que estão a ser fortemente afetados por estes incêndios extremos que têm afetado Portugal nas últimas semanas” e “uma palavra de motivação a todos os operacionais que ao longo destes dias combatem” as chamas.
No dia de hoje, um dos operacionais foi assistido e três foram enviados para unidades hospitalares, a que se somam três civis assistidos e outros três que foram enviados para hospitais.
Além disso, houve “um incidente com um veículo da Afocelca (associação de empresas de proteção contra incêndios), do qual resultaram ferimentos graves num operacional desta força, sendo que os outros quatro elementos da equipa sofreram ferimentos ligeiros”.
“Hoje mantemos o nível 4 do estado de prontidão especial e vamos mantê-lo até amanhã, quando será feita uma nova reavaliação”, referiu o responsável.
Permanecem “ativados os planos distritais de emergência de Coimbra, da Guarda e de Castelo Branco” e estão ativos os “planos municipais de emergência de Trancoso, Oliveira do Hospital, Arganil, Aguiar da Beira, Lousã, Castelo Branco, Seia, Pampilhosa da Serra, Góis, Guarda, Covilhã e Fundão”.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.
Segundo dados oficiais provisórios, até 19 de agosto arderam mais de 201 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.