Dez ocorrências significativas mobilizam pelas 04:00 de hoje um total 3.821 operacionais e mais de 1.300 meios no combate às chamas em todo o país, com o concelho de Coimbra a concentrar cerca de um terço dos esforços.
De acordo com os dados disponibilizados pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio em Arganil-Piodão concentra 1.094 operacionais e 376 meios a esta hora, e o combate ao incêndio em Lousã e Vilarinho Candal, também em Coimbra, envolve 356 operacionais e 118 meios.
A Câmara da Covilhã lançou no domingo à noite um alerta de confinamento para 10 freguesias, aconselhando as respetivas populações a ficarem em local seguro face à extensão e gravidade das frentes de fogo que lavram no concelho.
O município da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, solicita às populações que se “mantenham em confinamento nas suas freguesias” e escolham um “local seguro para permanecer”, segundo uma nota.
A autarquia pede ainda para que seja evitada a circulação nas estradas das freguesias de Aldeia de São João de Assis, São Jorge da Beira, Sobral de São Miguel, Unhais da Serra, Cortes do Meio, Ourondo, Erada, Paul, Dominguizo e Barco/Coutada.
A Câmara do Fundão, distrito de Castelo Branco, ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil a partir das 00:00 de hoje, devido aos incêndios no concelho vizinho da Covilhã e que estão na “iminência de entrar” no seu território.
No domingo à noite, o presidente da Câmara da Covilhã manifestou “profunda consternação e pesar” pela morte do bombeiro do concelho que se deslocava para a frente de fogo junto à Aldeia de São Francisco de Assis e decretou três dias de luto municipal, a partir de hoje.
Do acidente resultou mais três feridos, dois dos quais em estado grave.
O combate aos incêndios nas regiões da Serra da Estrela e Dão-Lafões envolviam à mesma hora 795 operacionais e 268 meios.
O Governo decidiu prolongar até às 24:00 de terça-feira a situação de alerta, devido ao risco agravado de incêndio, anunciou a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, numa declaração este domingo na sede da ANEPC, em Oeiras, distrito de Lisboa.
A situação de alerta, que teve início no dia 02 de agosto, tinha já sido renovada até às 24:00 de domingo, passando a vigorar por mais 48 horas.
“O agravamento dos ventos e as dificuldades operacionais causadas pelo fumo que envolve vários territórios e que impedem a atuação eficaz dos meios aéreos são algumas das condições desfavoráveis”, disse a governante.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração do estado de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.