Monte: Homilia do Bispo do Funchal inspirada na música dos NAPA

Com a igreja cheia de fiéis e de várias entidades oficiais presentes, o bispo do Funchal iniciou a homilia inspirando-se no refrão da música Deslocado, do grupo madeirense NAPA, que participou no Festival Eurovisão da Canção. Recordou que, através desta canção, os NAPA captaram a sensação de muitos jovens madeirenses ao sentirem-se “fora de casa” numa grande metrópole.

Ao contrário do que se vive na Madeira, “onde conhecemos e somos conhecidos; onde nos encontramos em segurança”, disse D.Nuno Brás.

D. Nuno Brás destacou, contudo, que, com o passar do tempo, este sentimento de deslocamento pode acompanhar-nos para além da Ilha. “Nós, seres humanos, trazemos connosco uma sede de infinito, uma sede de Deus que nos torna sempre insatisfeitos, e que nos provoca um querer ir mais além”, disse.

Para o bispo, essa percepção revela que “neste mundo viveremos sempre como estrangeiros, fora de casa, deslocados”, mas sublinha que “apenas Deus é capaz de satisfazer esse nosso anseio de casa”.

No entanto, no santuário de Nossa Senhora do Monte, afirma o bispo, todos se podem sentir em casa. “Ao contrário do que sucede lá fora, aqui, nesta “casa da Mãe” que intercede por nós, que tem acompanhado os madeirenses ao longo dos séculos, que partilha a nossa vida, aqui sentimo-nos em casa: na casa da Senhora do Monte estamos, também nós, em nossa casa”, aponta.

O prelado lembrou que a invocação de Nossa Senhora do Monte nasceu como uma resposta do coração, desenvolvendo-se ao longo dos séculos e mantendo-se viva até hoje.

“De facto, Nossa Senhora do Monte foi acompanhando, como penhor de protecção, os habitantes da nossa Ilha — aqui e nos seus muitos destinos, de emigração ou até nas campanhas militares. Sim, junto da Senhora do Monte, o nosso coração bate como em casa, deixamos de nos sentir deslocados”, apontou.

O bispo concluiu a homilia sublinhando que, mesmo num mundo onde muitas vezes nos sentimos deslocados, Nossa Senhora do Monte nos lembra que “hoje, tal como fez aos nossos antepassados, que, junto dela, nos sentiremos sempre em casa”.

“‘Mãe, olha à janela, que eu ‘tou a chegar a casa’!”, rematou D. Nuno Brás.

Leave a comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *