A ministra da Administração Interna disse hoje que Portugal tem “o maior dispositivo de sempre” no terreno no combate a incêndios, garantindo que “o país está a responder” e descartou a passagem a situação de contingência.
Em conferência de imprensa, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Maria Lúcia Amaral, após uma declaração em que anunciou a prorrogação da situação de alerta no país até domingo, disse, em resposta aos jornalistas, que está solidária com as populações afetadas pelos fogos e que compreende as declarações críticas dos autarcas,
“Eu compreendo muitíssimo bem todos os apelos que os autarcas têm feito, perante a natureza dramática daquilo que nós estamos a viver é mais que compreensível. Cada autarca, cada titular de poder local eleito é diretamente responsável pelas suas populações nos seus territórios, portanto sente como ninguém a impotência e a aflição que tudo isto provoca”, disse.
A ministra insistiu que o país tem “o maior dispositivo no terreno de sempre” e que os meios no terreno demonstram que “o país está a responder (…) de uma forma unida”, ainda que reconheça a possibilidade de alguma descoordenação no terreno.
“A descoordenação, ninguém está imune a ela. Num esforço tão grande quanto este, pode ocorrer e ocorrerá inevitavelmente, porque tudo é extraordinariamente complexo”, disse Maria Lúcia Amaral.
Depois de hoje o secretário-geral do PS, e ex-ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro ter defendido a ativação da situação de contingência para assegurar todos os meios disponíveis no combate, a ministra rejeitou a necessidade, por questões práticas.
“Aquilo que concluímos até agora é que a diferença, que é uma diferença jurídica, desde logo do quadro da Lei de Bases de Proteção Civil, entre a situação da alerta e a situação de contingência, implicaria apenas ter a possibilidade de mobilizar mais meios, até ao nível municipal, que neste momento já estão mobilizados. Devido, aliás, ao esforço conjunto de todos os autarcas. É por isso que no plano prático não sentimos a necessidade de transformar a natureza da decisão”, disse.