Na sequência da reunião recentemente estabelecida entre os deputados do PSD/M eleitos à Assembleia da República e a Direção da RTP/M – onde ficou assumido o compromisso de serem desenvolvidas todas as diligências, junto do Governo da República, no sentido de reverter o facto da emissão regional passar a ser controlada por Lisboa – o deputado Pedro Coelho defendeu, hoje e mais uma vez, na audição ao presidente do Conselho de Administração da RTP, a necessidade de corrigir este processo.
Pedro Coelho que, nesta oportunidade, afirmou que a autonomia editorial não está em causa, mas que, quando se fala de autonomia, não se trata apenas da perspetiva editorial. “A autonomia é um processo mais complexo do que apenas as questões editoriais e não tem de obedecer cegamente a critérios unicamente financeiros”, vincou.
Deputado que, nesta audição, realizada no âmbito da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, apresentou algumas questões a Nicolau Santos, nomeadamente relacionadas com o facto do Diretor do Centro Regional ter afirmado – numa audição que teve lugar na Madeira – que esta solução de passar a continuidade para Lisboa já estava a ser pensada há cerca de dois anos, quando a Comissão de Trabalhadores nada sabia, assim como sobre o facto de ter sido dito, nessa mesma audição, que tinham existido concursos internos que ficaram vazios, perguntando, neste último caso, quantos e para que lugares é que tinham sido promovidos.
Paralelamente, o deputado alertou para o facto de existirem muitas pessoas do Departamento de Recursos Humanos a entrar brevemente na reforma e, nessa medida, questionou se, neste cenário, seria também Lisboa a controlar este Departamento, nomeadamente a entrada de novos profissionais para a RTP/Madeira.
Em termos operacionais, Pedro Coelho referiu que a RTP/Madeira está a produzir cada vez menos programas e está cada vez menos na rua, por falta de meios. “No ano passado cancelaram o programa diário na altura de Natal por falta de dinheiro e este ano cancelaram a Missa que era feita mensalmente da Madeira para o País e o mundo, para já não falar da cobertura a festas populares”, vincou, frisando que os programas são cada vez mais feitos em estúdio e que o programa mais popular da RTP/M é feito por uma produtora externa (“Madeira profunda”), o que, naturalmente, não faz qualquer sentido, numa grelha que se mantém praticamente igual há quase dez anos.
“O Centro Regional da RTP/M está claramente a perder relevância e é fundamental que se identifiquem as razões deste problema, ou seja, se estamos a falar de falta de dinheiro, de meios humanos ou se é um problema de gestão”, disse o deputado Social-democrata, insistindo na necessidade de encontrar soluções que salvaguardem a importância crucial e estratégica da RTP/M na afirmação da identidade regional.